quinta-feira, 5 de março de 2009

Simone de Beauvoir

O SEGUNDO SEXO 25 ANOS DEPOIS Entrevista com Simone de BeauvoirJohn Gerassi 1976 extraído (e traduzido) de Languages at Southampton University

Gerassi — Já se passaram 25 anos desde que O Segundo Sexo foi publicado. Muitas pessoas, principalmente nos Estados Unidos, o consideram o início do movimento feminista contemporâneo. Você consideraria...

Beauvoir — Acho que não. O movimento feminista atual, que começou há uns cinco ou seis anos, não conhecia realmente o livro. Posteriormente, com o crescimento do movimento, algumas das líderes tiraram parte de sua fundamentação teórica do livro. Mas não foi O Segundo Sexo que desencadeou o movimento. A maior parte das mulheres que se tornaram ativas no movimento era muito jovem quando o livro foi lançado, em 1949-50, para serem influenciadas por ele. O que me lisonjeia, é claro, foi elas o terem descoberto mais tarde.
Certamente algumas mulheres mais velhas — Betty Friedan, por exemplo, que dedicou The Feminine Mystique (A Mística Feminina) a mim — tinham lido O Segundo Sexo e talvez tenham sido influenciadas por ele de algum modo. Mas as outras, de forma alguma. Kate Millet, por exemplo, não me cita nenhuma vez em seu trabalho. Pode ser que elas tenham se tornado feministas pelas razões que eu explico em O Segundo Sexo; mas elas descobriram essas razões em suas experiências de vida, não em meu livro.

Gerassi — Você disse que sua própria consciência feminista surgiu da experiência de escrever O Segundo Sexo. Como você vê o desenvolvimento do movimento após a publicação do seu livro em termos de sua própria trajetória?

Beauvoir — Ao escrever O Segundo Sexo tomei consciência, pela primeira vez, de que eu mesma estava levando uma vida falsa, ou melhor, estava me beneficiando dessa sociedade patriarcal sem ao menos perceber. Acontece que bem cedo em minha vida aceitei os valores masculinos e vivia de acordo com eles. É claro, fui muito bem-sucedida e isso reforçou em mim a crença de que homens e mulheres poderiam ser iguais se as mulheres quisessem essa igualdade.
Em outros termos, eu era uma intelectual. Tive a sorte de pertencer a uma família burguesa, que, além de financiar meus estudos nas melhores escolas, também permitiu que eu brincasse com as idéias. Por causa disso, consegui entrar no mundo dos homens sem muita dificuldade. Mostrei que poderia discutir filosofia, arte, literatura, etc., no “nível dos homens”. Eu guardava tudo o que fosse próprio da condição feminina para mim. Fui, então, motivada por meu sucesso a continuar, e, ao fazê-lo, vi que poderia me sustentar financeiramente assim como qualquer intelectual do sexo masculino, e que eu era levada a sério assim como qualquer um de meus colegas do sexo masculino. Sendo quem eu era, descobri que poderia viajar sozinha se quisesse, sentar nos cafés e escrever, e ser respeitada como qualquer escritor do sexo masculino, e assim por diante. Cada etapa fortalecia meu senso de independência e igualdade. Portanto, tornou-se muito fácil para mim esquecer que uma secretária nunca poderia gozar destes mesmos privilégios. Ela não poderia sentar-se num café e ler um livro sem ser molestada. Raramente ela seria convidada para festas por seus “dotes intelectuais”.
Ela não poderia pegar um empréstimo ou comprar uma propriedade. Eu sim. E pior ainda, eu costumava desprezar o tipo de mulher que se sentia incapaz, financeiramente ou espiritualmente, de mostrar sua independência dos homens. De fato, eu pensava, sem dizê-lo a mim mesma, “se eu posso, elas também podem”. Ao pesquisar e escrever O Segundo Sexo foi que percebi que meus privilégios resultavam de eu ter abdicado, em alguns aspectos cruciais pelo menos, à minha condição feminina. Se colocarmos o que estou dizendo em termos de classe econômica, você entenderá facilmente. Eu tinha me tornado uma colaboracionista de classe. Bem, eu era mais ou menos o equivalente em termos da luta de sexos. Através de O Segundo Sexo tomei consciência da necessidade da luta. Compreendi que a grande maioria das mulheres simplesmente não tinha as escolhas que eu havia tido; que as mulheres são, de fato, definidas e tratadas como um segundo sexo por uma sociedade patriarcal, cuja estrutura entraria em colapso se esses valores fossem genuinamente destruídos. Mas assim como para os povos dominados econômica e politicamente, o desenvolvimento da revolução é muito difícil e muito lento.
Primeiro, as mulheres têm que tomar consciência da dominação. Depois, elas têm de acreditar na própria capacidade de mudar a situação. Aquelas que se beneficiam de sua “colaboração” têm que compreender a natureza de sua traição. E, finalmente, aquelas que têm mais a perder por tomar posição, isto é, mulheres que, como eu, buscaram uma situação confortável ou uma carreira bem-sucedida, têm que estar dispostas a arriscar sua situação de segurança — mesmo que seja apenas se expondo ao ridículo — para alcançar respeito próprio. E elas têm que entender que suas irmãs que são mais exploradas serão as últimas a se juntarem a elas. Uma esposa de operário, por exemplo, é menos livre para se juntar ao movimento. Ela sabe que seu marido é mais explorado do que a maioria das líderes feministas e que ele depende de seu papel de mãe/dona-de-casa para sobreviver. De qualquer forma, por todas essas razões, as mulheres não se mobilizaram. Ah sim, houve alguns pequenos movimentos bem interessantes, bem inteligentes, que lutaram por promoções políticas, pela participação das mulheres na política, no governo. Eu não me refiro a esses grupos. Então veio 1968 e tudo mudou. Sei que alguns eventos importantes aconteceram antes disso.
O livro de Betty Friedan, por exemplo, foi publicado antes de 1968. Na verdade, as mulheres norte-americanas já estavam se mobilizando nessa época. Elas, mais do que ninguém, e por razões óbvias, estavam cientes das contradições entre as novas tecnologias e o papel conservador de manter as mulheres na cozinha.
Com o desenvolvimento da tecnologia — tecnologia como poder do cérebro e não dos músculos — a lógica masculina de que as mulheres são o sexo frágil e, por isso, devem representar um papel secundário não pôde mais ser sustentada. Como as inovações tecnológicas eram muito difundidas nos Estados Unidos, as mulheres norte-americanas não escaparam às contradições. Foi, portanto, natural que o movimento feminista tivesse seu maior ímpeto no coração do capitalismo imperial, ainda que esse ímpeto tenha sido estritamente econômico, isto é, a reivindicação por salários iguais, trabalhos iguais. Mas foi dentro do movimento anti-imperialista que a verdadeira consciência feminista se desenvolveu. Tanto no movimento contra a Guerra do Vietnã nos EUA quanto logo depois da rebelião de 1968 na França e em outros países europeus, as mulheres começaram a sentir seu poder. Ao compreender que o capitalismo leva necessariamente à dominação dos povos pobres em todo o mundo, milhares de mulheres começaram a aderir à luta de classes — mesmo quando não aceitavam o termo “luta de classes”. Elas se tornaram ativistas. Elas aderiram às marchas, às demonstrações, às campanhas, aos grupos clandestinos, à militância de esquerda. Elas lutavam, tanto quanto qualquer homem, por um futuro sem explorações, sem alienações. Mas o que aconteceu? Nos grupos ou organizações a que aderiram, elas descobriram que, assim como na sociedade que tentavam combater, também eram tratadas como o segundo sexo. Aqui na França, e eu me arrisco a dizer também nos EUA, elas perceberam que os líderes eram sempre os homens. As mulheres se tornavam datilógrafas e serviam café nesses grupos pseudo-revolucionários. Bom, eu não deveria dizer pseudo. Muitos dos participantes desses movimentos eram revolucionários genuínos. Mas tendo sido treinados, educados e moldados em uma sociedade patriarcal, estes revolucionários trouxeram esses valores para o movimento. Compreensivelmente, estes homens não iriam abrir mão desses valores voluntariamente, assim como a classe burguesa não abrirá mão de seu poder voluntariamente. Dessa forma, assim como cabe ao pobre tomar o poder do rico, também cabe às mulheres tirar o poder dos homens.
E isso não quer dizer que, por outro lado, elas devam dominar os homens. Significa estabelecer igualdade. Assim como o socialismo, o verdadeiro socialismo, estabelece igualdade econômica entre todos os povos, o movimento feminista aprendeu que ele teria que estabelecer igualdade entre os sexos tirando o poder da classe que liderava o movimento, isto é, dos homens. Colocando em outros termos: uma vez dentro da luta de classes, as mulheres perceberam que a luta de classes não eliminava a luta de sexos. Foi nesse ponto que eu mesma tomei consciência do que acabei de dizer. Antes disso, estava convencida de que a igualdade entre homens e mulheres só era possível com a destruição do capitalismo e, portanto — e é esse “portanto” que é uma falácia — nós temos que lutar primeiro a luta de classes. É verdade que a igualdade entre homens e mulheres é impossível no capitalismo. Se todas as mulheres trabalharem tanto quanto os homens, o que acontecerá com essas instituições das quais o capitalismo depende, instituições como igreja, casamento, exército, e os milhões de fábricas, lojas, etc. que dependem de trabalho de meio-expediente e mão-de-obra barata? Mas não é verdade que a revolução socialista estabelece necessariamente a igualdade entre homens e mulheres. Dê uma olhada na União Soviética ou na Tchecoslováquia, onde (mesmo se nós estivermos dispostos a chamar esses países de “socialistas”, e eu não estou) há uma confusão profunda entre emancipação do proletariado e emancipação da mulher. De alguma forma, o proletariado sempre termina sendo constituído de homens. Os valores patriarcais permaneceram intactos, tanto lá quando aqui. E isso — essa consciência entre as mulheres de que a luta de classes não engloba a luta de sexos — é que é novo. A maioria das mulheres sabe disso agora. Essa é a maior conquista do movimento feminista. É a que vai alterar a história nos próximos anos.
Gerassi — Mas essa consciência está limitada às mulheres que são de esquerda, isto é, mulheres comprometidas com a reestruturação de toda a sociedade.
Beauvoir — Bom, é claro, já que as outras são conservadoras, o que significa que elas querem conservar o que foi ou o que é. Mulheres de direita não querem revolução. Elas são mães, esposas, devotadas aos seus homens. Ou, quando são agitadoras, o que elas querem é um pedaço maior do bolo. Elas querem salários melhores, eleger mulheres para os parlamentos, ver uma mulher se tornar presidente. Fundamentalmente, acreditam na desigualdade, só que elas querem estar no topo e não por baixo. Mas elas se acomodam bem ao sistema como ele é ou com as pequenas mudanças para acomodar suas reivindicações. O capitalismo certamente pode se dar ao luxo de permitir às mulheres a servir o exército ou entrar para a força policial. O capitalismo é certamente inteligente o suficiente para deixar mais mulheres participarem do governo. O pseudo-socialismo pode certamente permitir que uma mulher se torne secretária-geral de seu partido. Isso são apenas reformas sociais, como o seguro social ou as férias pagas. A institucionalização das férias pagas mudou a desigualdade do capitalismo? O direito das mulheres trabalharem em fábricas com salários iguais aos dos homens mudou os valores masculinos da sociedade Tcheca? Mas mudar todo o sistema de valor de qualquer sociedade, destruir o conceito de maternidade: isso é revolucionário.
Uma feminista, quer ela se autodenomine esquerdista ou não, é uma esquerdista por definição. Ela está lutando por uma igualdade plena, pelo direito de ser tão importante, tão relevante, quanto qualquer homem. Por isso, incorporada em sua revolta pela igualdade de gêneros está a reivindicação pela igualdade de classes. Numa sociedade em que o homem pode ser a mãe, em que, vamos dizer, para colocar o argumento em termos de valores para que fique claro, a assim chamada “intuição feminina” é tão importante quanto o “conhecimento masculino” — para usar a linguagem corrente, apesar de absurda — em que ser gentil ou delicado é melhor do que ser durão; em outras palavras, em uma sociedade na qual a experiência de cada pessoa é equivalente a qualquer outra, você já estabeleceu automaticamente a igualdade, o que significa igualdade econômica e política e muito mais. Dessa forma, a luta de sexos inclui a luta de classes, mas a luta de classes não inclui a luta de sexos. As feministas são, portanto, esquerdistas genuínas. De fato, elas estão à esquerda do que nós chamamos tradicionalmente de esquerda política.
Gerassi — Mas isso é real? Quer dizer, eu aprendi, por exemplo, a nunca usar a palavra “gostosa”, a prestar atenção nas mulheres em qualquer discussão de grupo, a lavar a louça, arrumar a casa, fazer as compras. Mas será que eu sou menos sexista em meus pensamentos? Será que eu rejeitei os valores masculinos?

Beauvoir — Você quer dizer, no seu íntimo? Para ser sincera, quem se importa? Pense um pouco. Você conhece um sulista racista. Você sabe que ele é racista porque o conhece desde que nasceu. Mas ele nunca diz “crioulo”. Ele escuta a todas as reclamações dos homens negros e dá o melhor de si para lidar com elas. Ele combate outros racistas. Ele insiste em dar uma educação acima da média para crianças negras, para compensar os anos em que faltou escola para essas crianças. Ele dá recomendações para que homens negros consigam empréstimos bancários. Ele dá apoio a candidatos negros em seu distrito através de ajuda financeira e com seu voto. Você acha que os negros se importam que ele seja tão racista quanto antes em seu íntimo? Essencialmente, exploração é hábito. Se você consegue controlar seus hábitos, fazer com que seja “natural” ter hábitos contrários, já é um grande passo. Se você lava a louça, arruma a casa, e toma a atitude de que não se sente menos “homem” por fazê-lo, você estará ajudando a estabelecer novos hábitos. Duas gerações sentindo que têm que parecer não-racistas o tempo inteiro e a terceira geração não será racista de fato. Então finja ser não-sexista, e continue fingindo. Pense nisso como um jogo. Em seus pensamentos íntimos, pode continuar pensando que você é superior às mulheres. Enquanto você representar de forma convincente – lavando a louça, fazendo as compras, arrumando a casa, cuidando das crianças – você estará abrindo precedentes, especialmente para homens como você, que tem certa pose de “machão”. A questão é: eu não acredito nisso. Eu não acredito que você realmente faça o que diz. Uma coisa é lavar a louça, trocar fraldas dia e noite é outra.

Gerassi — Bem, eu não tenho filhos...
Beauvoir — Por que não? Porque você escolheu não tê-los. Acha que as mães que você conhece escolheram ter filhos? Ou elas foram intimidadas a tê-los? Ou, em termos mais sutis, elas foram criadas para pensar que é natural e normal e próprio da mulher ter filhos e, por isso, escolheram tê-los? Esses são os valores que têm que mudar.

Gerassi — Certo. E é por isso, e eu compreendo, que muitas feministas insistem em ser separatistas. Mas em termos de revolução, tanto a delas quanto a minha, será que podemos ganhar se nos separarmos em dois grupos totalmente diferentes? Será que o movimento feminista conseguirá alcançar seu objetivo excluindo os homens de sua luta? Até hoje, a parte dominante do movimento das mulheres, aqui na França, e isso também é verdade para os Estados Unidos, é separatista.

Beauvoir — Só um minuto. Nós temos que investigar o porquê de elas serem separatistas. Não posso falar pelos Estados Unidos, mas aqui na França há muitos grupos, grupos de conscientização, dos quais os homens são excluídos porque as militantes acham muito importante redescobrir sua identidade como mulheres. Elas só podem fazê-lo conversando entre elas, contando entre si coisas que elas nunca ousariam falar na frente dos maridos, amantes, irmãos, pais, ou qualquer outro representante do poder masculino. A necessidade de falar com a intensidade e honestidade desejada só pode ser realizada dessa maneira. E elas têm conseguido se comunicar com uma profundidade que nunca pensei que fosse possível quando eu tinha 25 anos. Até mesmo quando eu estava entre minhas amigas mulheres mais íntimas naquela época, problemas verdadeiramente femininos nunca eram discutidos. Então agora, pela primeira vez, por causa desses grupos de conscientização, e por causa da força do desejo de confrontar genuinamente os problemas femininos dentro desses grupos, amizades verdadeiras entre mulheres se desenvolveram. Eu quero dizer, no passado, na minha juventude, até bem recentemente, as mulheres não costumavam se tornar amigas de verdade de outras mulheres. Elas se viam umas às outras como rivais, até mesmo inimigas, ou, na melhor das hipóteses, como concorrentes. Atualmente, sobretudo como resultado desses grupos de conscientização, as mulheres não se tornaram apenas capazes de construir amizades verdadeiras entre si, elas também aprenderam a ser calorosas, abertas, profundamente ternas umas com as outras: elas estão transformando irmandade e fraternidade em realidade — e sem tornar esse relacionamento dependente de uma sexualidade lésbica. É claro, há muitas batalhas, até mesmo batalhas estritamente feministas com impacto social, das quais as mulheres esperam que os homens participem, e muitos têm participado. Estou pensando, por exemplo, na luta pela legalização do aborto aqui na França. Quando organizamos a primeira demonstração de peso pela legalização do aborto há três ou quatro anos, lembro bem da grande quantidade de homens presentes. Isso não quer dizer que eles não fossem sexistas: para extrair o que foi inculcado no padrão de comportamento e sistema de valores de uma pessoa desde a primeira infância leva-se anos, décadas. Mas aqueles eram homens que, pelo menos, estavam cientes do sexismo na sociedade e tomaram uma posição política contra isso. Nessas ocasiões, os homens são bem-vindos, até mesmo encorajados, a aderir à luta.
Gerassi — Mas também há muitos grupos, pelo menos aqui na França, que proclamam seu separatismo com orgulho e definem sua luta como estritamente lésbica.
Beauvoir — Sejamos precisos. Dentro do MLF [Movimento de Libertação da Mulher] há, sim, muitos grupos que se denominam lésbicos. Muitas dessas mulheres, graças ao MLF e aos grupos de conscientização, podem dizer agora abertamente que são lésbicas, e isso é ótimo. Não costumava ser assim. Há outras mulheres que se tornaram lésbicas por uma espécie de compromisso político: isto é, elas acham que é uma atitude política ser lésbica; dentro da luta de sexos, isso seria mais ou menos o equivalente aos princípios do black power na luta racial. E é verdade que essas mulheres tendem a ser mais dogmáticas com relação à exclusão dos homens de sua luta. Mas isso não significa que elas ignorem as numerosas lutas que estão sendo travadas por todo o mundo contra a opressão. Por exemplo, quando Pierre Overney, o jovem militante maoísta, foi assassinado a sangue frio por um policial de uma fábrica da Renault por não dispersar durante uma manifestação, e toda a esquerda organizou uma marcha de protesto em Paris, todas as assim chamadas separatistas lésbicas radicais aderiram à manifestação e levaram flores ao seu túmulo. Isso, por outro lado, não significa que elas expressaram sua solidariedade por Overney, o homem, mas que elas se identificaram com o protesto contra o Estado que explora e comete abusos contra as pessoas — homens e mulheres.(...)

Gerassi — A conversa sobre mulheres serem mais livres me intriga. Em nossa sociedade, a liberdade é alcançada com dinheiro e poder. As mulheres têm mais poder hoje, depois de quase uma década do movimento feminista?

Beauvoir — No sentido em que você pergunta, não. As intelectuais, mulheres jovens que estão dispostas a correr o risco de serem marginalizadas, as filhas de ricos, quando estão dispostas e são capazes de romper com os valores de seus pais: essas mulheres sim, são mais livres. Isto é, por causa de seu nível de educação, estilo de vida, ou recursos financeiros, essas mulheres conseguem escapar de uma sociedade competitiva, viver em comunidades ou à margem, e desenvolver relações com outras mulheres similares a elas ou homens sensíveis aos seus problemas, e, dessa forma, se sentirem mais livres. Em outras palavras, como indivíduos, as mulheres que podem se sustentar, seja lá por qual motivo, conseguem se sentir mais livres. Mas como classe, as mulheres certamente não são mais livres, precisamente porque, como você diz, elas não têm poder econômico. Atualmente, há todo o tipo de estatística para provar que o número de mulheres advogadas, médicas, publicitárias, etc., está crescendo. Mas essas estatísticas são enganosas. O número de advogadas e executivas poderosas não aumentou. Quantas advogadas podem pegar um telefone e ligar para um juiz ou oficial do governo para marcar um horário ou pedir favores especiais? Essas mulheres têm que operar através de seus equivalentes homens, já estabelecidos. Médicas? Quantas são cirurgiãs, diretoras de hospital? Mulheres no governo? Sim, poucas. Na França nós temos duas. Uma, séria, trabalhadora, Simone Weil, é ministra da saúde. A outra, Françoise Giroud, que é a ministra responsável pelas questões femininas é basicamente uma peça de mostruário, destinada a aplacar as necessidades das mulheres burguesas de integração no sistema. Mas quantas mulheres controlam verbas no Senado? Quantas mulheres controlam a política editorial de jornais? Quantas são juízas? Quantas são presidentes de banco, capazes de financiar empresas? Só porque há muito mais mulheres em posições de nível médio, como os jornalistas dizem isso não quer dizer que elas têm poder. E até mesmo essas mulheres têm que jogar o jogo dos homens para serem bem-sucedidas. Agora, isso não quer dizer que eu não acredito que as mulheres tenham feito progresso na luta. Mas o progresso é resultado da ação de massa. (...) O que estou dizendo é que, em ações de massa, as mulheres têm poder. Quanto mais as mulheres tomarem consciência da necessidade dessas ações de massa, mais progresso elas alcançarão. E, voltando ao caso das mulheres que podem financiar a busca da liberação individual, quanto mais ela puder influenciar suas amigas e irmãs, mais essa conscientização se espalhará, o que, por outro lado, quando frustrada pelo sistema, estimulará a ação de massa. É claro, quanto mais essa conscientização se espalhar, mais agressivos e violentos os homens se tornarão. Mas então, quanto mais agressivos forem os homens, mais as mulheres precisarão de outras mulheres para revidar, isto é, maior será a necessidade de ações de massa. Hoje em dia, a maioria dos operários do mundo capitalista está ciente da luta de classes, quer eles se denominem Marxistas ou não, de fato, quer eles sequer já tenham ouvido falar de Marx ou não. E assim deve acontecer na luta de sexos. E acontecerá.

Gerassi — Você me disse ano passado que estava pensando em escrever outro livro sobre mulheres, uma espécie de seqüência de O Segundo Sexo. Você vai escrevê-lo?

Beauvoir — Não. Em primeiro lugar, esse tipo de trabalho teria que resultar de um esforço coletivo. E, além disso, ele teria que se basear mais na prática do que na teoria. O Segundo Sexo foi pelo caminho inverso. Agora, isso não é mais válido. É na prática que hoje podemos ver como a luta de classes e a luta de sexos se intercalam, ou, pelo menos, como elas podem ser articuladas. Mas isso vale para todas as lutas atuais: nós temos que formular nossas teorias com base na prática, e não o contrário. O que se faz realmente necessário é que todo um grupo de mulheres, de todo tipo de país, reúna suas experiências de vida e que, a partir dessas experiências, nós possamos identificar os padrões com os quais as mulheres lidam em todos os lugares. E tem mais, essa informação deveria ser coletada de todas as classes, e isso é duas vezes mais difícil. Afinal, as mulheres que travam a luta pela libertação hoje em dia são, em sua maioria, intelectuais burguesas; as esposas de operários e até mesmo as operárias se mantêm presas ao sistema de valor da classe média. Tente, por exemplo, conversar com uma operária sobre os direitos das prostitutas e o respeito que se deve a elas. A maioria das operárias ficaria chocada com essa idéia. Conscientizar as operárias é um processo muito lento e necessita de muito tato. Eu sei que há extremistas do MLF que estão tentando fazer com que as esposas de operários se rebelem contra seus maridos, considerando-os opressores masculinos. Acho que isso é um erro. Uma esposa de operário, aqui na França pelo menos, não hesitará em responder: “mas o meu inimigo não é o meu marido, e sim meu patrão”. Até mesmo se ela tem que lavar as meias do marido e fazer o jantar dele depois de também ela ter passado todo o dia em alguma fábrica. É o mesmo nos Estados Unidos, onde as mulheres negras se recusaram a dar ouvidos às defensoras do movimento de libertação das mulheres porque elas eram brancas. Essas mulheres negras continuaram apoiando seus maridos negros apesar da exploração, simplesmente porque as pessoas que tentaram conscientizá-las sobre a exploração eram brancas. Gradualmente, no entanto, uma feminista burguesa consegue atingir uma esposa de operário, assim como nos Estados Unidos, hoje em dia, há algumas mulheres negras — muito poucas, eu admito — que dizem, “não, nós não queremos nos submeter à opressão de nossos homens sob o pretexto de que eles são negros e de que nós temos que lutar juntos contra os brancos; não, isso não é motivo para que nossos homens nos oprimam, só porque eles são nossos homens negros”. No entanto, a luta de classes pode encorajar e, de fato, encoraja e promove a luta de sexos de maneiras bem concretas. Nos últimos anos, por exemplo, houve muitas greves aqui na França em fábricas onde os operários eram quase todos do sexo feminino. Estou pensando na greve da indústria têxtil em Troyes, no norte do país, ou na Nouvelles Galeries em Thionville, ou a famosa greve da Lip. Em cada caso, as operárias não só adquiriram uma nova consciência como também passaram a acreditar mais em seu poder, e essa atitude abalou o sistema machista que elas vivenciavam em casa. Na Lip, por exemplo, as mulheres tomaram a fábrica e se recusaram a evacuar o prédio apesar das ameaças da polícia de usar a força para tirá-las de lá. A princípio, seus maridos ficaram muito orgulhosos de suas esposas militantes. Os homens levaram comida, ajudaram a fazer cartazes para o piquete, etc. Mas quando as mulheres decidiram ser totalmente iguais aos poucos homens que também trabalhavam na Lip e que também participavam da greve, os problemas começaram a surgir. Os grevistas da Lip decidiram organizar turnos para vigiar a fábrica e impedir que a polícia invadisse. Isso significava serviço noturno. Oh, oh. Então, de repente, os maridos das grevistas ficaram incomodados. “Vocês podem fazer greve e piquete o quanto quiserem,” eles disseram, “mas somente durante o dia, à noite não. O que, serviço de vigilância noturno? Ah não! Dormir em turnos em grandes quartos coletivos? Ah não.” Naturalmente, as operárias resistiram. Elas tinham lutado por igualdade, não iriam desistir agora. Assim, elas se envolveram com duas lutas: a luta de classes contra os patrões da Lip, a polícia, o governo, etc., por um lado, e a luta de sexos contra seus próprios maridos. Sindicalistas da Lip contaram que as mulheres se transformaram completamente depois da greve, dizendo “uma coisa que eu aprendi disso tudo foi que nunca mais eu vou deixar meu marido fazer as vezes de patrão em casa. Agora eu sou contra todos os patrões.”

Gerassi — Você escreveu que teve uma vida boa e não se arrepende de nada. Você sabia que há muitos casais que tomam sua vida com Sartre como modelo, especialmente no sentido de que vocês não tinham ciúmes um do outro, que tinham um relacionamento aberto, e que deu certo por 45 anos?

Beauvoir — Mas é ridículo nos usar como modelo. As pessoas têm que encontrar seu próprio estilo, sua própria estrutura. Sartre e eu tivemos muita sorte, mas nossa criação também tinha sido muito singular, excepcional. Nós nos conhecemos quando éramos bem jovens. Ele tinha 23 anos, eu 20. Nós ainda não estávamos formados, apesar de já estarmos moldados para sermos intelectuais, com motivações semelhantes. Para nós dois, a literatura tinha substituído a religião.
(...)Então, à medida que o meu relacionamento com Sartre se aprofundou, me tornei convicta de que eu era insubstituível em sua vida, e ele na minha. Em outras palavras, nós estávamos totalmente seguros de que nosso relacionamento também era totalmente sólido, novamente, predestinado, apesar de, na época, não levarmos essa palavra a sério. Quando se é tão confiante, é fácil não sentir ciúmes. Mas é claro que se eu achasse que outra mulher representasse o mesmo papel que eu na vida de Sartre, eu teria tido ciúmes.Gerassi — Você está otimista? Acha que as mudanças pelas quais está lutando se realizarão?

Beauvoir — Eu não sei. De qualquer forma, não durante a minha vida. Talvez em quatro gerações. Não sei quanto à revolução. Mas as mudanças pelas quais as mulheres estão lutando, essas sim, tenho certeza de que, a longo prazo, as mulheres vencerão.

Interviewed by John Gerassi, Society , Jan.-Feb. 1976, pp. 79-85 Copyright © 1995 by Transaction Publishers; all rights reservedReprinted by permission of Transaction Publishers. John Gerassi, 'The Second Sex 25 Years on' in Society Jan/Feb 1976 pp 79-85.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Julieta Paredes


Buenas gente, ¿cómo andan?
Primeramente queremos agradecer los mensajes de solidaridad que hemos recibido. Lamentablemente no llegamos a responder todos, pero sí los hemos leímos. Muchos vinieron acompañados de sugerencias de otras empresas blogueras, de páginas en Internet y otras alternativas. Otros mensajes con mucho cariño y rabia de la aktiva, de la que comprende, de la “kompañera”. Gracias por los mimos recibidos. Finalmente nos pusimos contentas por ver que nuestra bloga EN REBELDÍA se lee y en momentos que estuvimos más débiles frente a estos problemas, nos sentimos acompañadas y eso nos da fuerzas para continuar luchando kontra este sistema.
Nuevamente estamos con problemas de que blogspot nos reconozca (la seña), esto sumado a algunos e-mails está haciendo que pensemos en nuevas formas de comunicación. En eso andamos, quien sabe como dice el dicho, no hay mal que por bien no venga.

Hoy traemos una perlita del pensamiento boliviano, una mujer como pocas, luchadora, combativa, anarkista, feminista – autónoma, aymará. Muchas ya habrán podido adivinar de quién hablamos, de Julieta Paredes. De la Comunidad Mujeres Creando y de la Asamblea Feminista. La traemos invitada con un texto que encontramos en la bella página de las Mujeres Creativas
http://www.nodo50.org/mujerescreativas/ - con un material altamente recomendado. Si bien Julieta escribe este texto en oktubre de 2003, cuando Bolivia se debatía por el gas y el gobierno netamente neoliberal de Goñi, sucedió una cosa para recordar. La gente comenzó a tomar las calles, las masas decidieron dejar de mirar en sus casas la tv y salieron a hacerse cargo de lo que sucedía. Esto es sólo una breve síntesis para entender algunos momentos coyunturales, lo que nos interesa es ver el proceso de pensamiento que sigue Julieta, el análisis estructural que va más allá de la coyuntura boliviana de aquella época.


En su relato se refiere a violencia de Estado, a la dinámica de reproducción y de manutención del sistema patriarcal capitalista de nuestros tiempos. Éste nos arrastra al territorio de la violencia, lleva a la población – oprimidxs y opresorxs - a que utilicen sus armas: a la agresión gratuita, la hipocresía y la corrupción como forma de dividir para reinar. También habla del neoliberalismo como régimen que precisa de la injusticia absoluta para mantenerse, vuelve a utilizar la represión de los tiempos de las dictaduras militares en AMLAC, y de la dominación colonial. Más adelante nos trae el neo-imperialismo y la inseguridad de las personas en las grandes ciudades. Estos ejemplos siempre están presentes en nuestros días, justamente porque no son excepción, sino la regla, es la barbarie que envuelve a todxs, en el ataque o en la defensa.


La destrucción de la universidad pública y la transformación de la enseñanza formal en simples herramienta de reproducción ideológica del capital, en escalas nunca vistas, está también por detrás de ese proceso. Entretanto, la juventud no es un bloque sólido. Existen brechas por donde escapa su libertad y generosidad.
En nuestra última bloga de 2 semanas atrás, decíamos que había que salir a las calles, que Brasil estaba comenzando – si bien lentamente – a despertarse. Lxs estudiantes están en huelga y están llevando algunas bellas banderas que fueron creadas en mayo del 68’. Pero la policía de esta etapa asesina del capitalismo tiene “los palitos de amasar ideas”, como los llamaba Mafalda, muy afilados y atentos.
Los últimos episodios relacionados a la huelga de lxs estudiantes, en varias regiones del país, le sacan la venda a la hipócrita democracia brasilera. En la ciudad de Araraquara – estado de San Pablo - la universidad fue invadida por la policía, a pedido del propio rector. Lxs estudiantes fueron presxs y ¡les abrieron prontuario por hacer uso de sus derechos! En un país cuyo presidente viene de la militancia sindical!!!
Pocxs profesorxs se quedaron de su lado. En este contexto es importante citar un trecho escrito por una de las profesoras más combativas de este episodio, la socióloga Maria Orlanda Pinassi:

Para cada escopeta una lapicera
Queridos amigos, (...) Acabo de vivir en esta semana algunas de las peores experiencias de mi vida y, de ninguna de ellas consigo extraer ninguna enseñanza noble.(...) es muy difícil admitir que, en estos últimos días del resto de mi vida, sufrí la enorme decepción de ver el huevo de la serpiente romperse y seduciendo almas que, hasta poco tiempo atrás, yo juzgaba insospechable.(...) Estoy hablando de la forma por la cual fui cumpliendo el mandado de reintegración de pose de la sala de la directoría de la facultad de ciencias y letras de la Universidad de Araraquara. Peor, estoy hablando de la concordancia – activa y pasiva – de la comunidad académica delante de la invasión de la tropa de choque para hacer cumplir la ley contra jóvenes integrantes del movimiento estudiantil intentando, de modo pacífico, llamar la atención para su pauta de reivindicaciones.

(...)Queridos, pido a todos que reflexionen al menos por un breve instante en los fundamentos pedagógicos del trauma; la irresponsabilidad de la indiferencia, de la ironía y de la revancha; en las consecuencias trágicas que podrán resultar de la humillación moral y del linchamiento ideológico a que se ven sometidos estos chicos. ¿Por qué? Bueno, a ellos no les interesa la novela, ni macdonalds, no van a los Juegos Panamericanos, no acompañan las novedades de los fashion week de la vida, pero se atreven a soñar y luchar por un mundo mejor. Sea este posible o no.


Julieta, desde la Paz nos arenga a seguir luchando, no se puede bajar los brazos. Es interesante recordar que Bolivia es uno de los países más pobres de AMLAC, mientras que Brasil es el segundo país del mundo – después de Sierra Leona - en tener más diferencia entre salarios de ricos y pobres.
La violencia urbana es fruto de la impunidad y de la miseria. De un lado la prepotencia de las clases favorecidas que actúan como si todos y todas fueran sus servidores/as, del otro, una población crecientemente pobre y oprimida que se encuentra en los brazos de los traficantes.
¿Alguien recuerda al indio Galdino quemado vivo por jóvens de clase média/alta brasilera? Hijos de diputados, políticos, empresarios, funcionarios de la isla de la fantasía. Hijos de la impunidad. Hoy los jóvenes ya fueron des-condenados. Y el indio, perdido em la selva de la ciudad sin alma, simplemente murió, no está más.
Esta semana sucedió “un nuevo caso” ejemplar con una empleada doméstica. El sábado, día de descanso, 5:00 hs. de la matina, en la preciosa ciudad de Río de Janeiro. Ella esperaba el ómnibus, había dejado una cama calentita en invierno, sí, tan temprano, porque quería llegar a tiempo al servicio de salud y retirar un número para ser atendida. Pasaron 6 jóvenes universitarios, nenes de papá que solo conocen “su realidad”.

Se bajaron de su auto, borrachos de tomar quien sabe cuántas caipiriñas, y empezaron a golpearla brutalmente. También le robaron su cartera. Fueron identificados por un chofer de taxi y luego, reconocidos por ella que por un milagro “divino” salvó su vida para contarla. Las bestias hambrientas, perdón, los jóvenes dijeron que creían que ella era una puta. ¡¿Y por eso merecería castigo?! Ella, aún con su ojo en compota, su brazo partido pero su alma completa, con una serenidad ejemplar también se manifestó. Comprendo que los padres de los chicos estén lastimados, yo también soy madre, pero, sin rencor, pienso que ellos deben ser punidos. Debemos acabar con la impunidad, por mi familia y por la sociedad brasilera.


¡Exactamente! Nosotrxs también queremos que sean punidos con todo el rigor que la ley dedico a aquella mujer - también negra - que robó 1 paquete de manteca en el supermercado y fue olvidada en la prisión durante meses. Igual que tantos y tantas otras.


Bajo el grito de LA RADIO ES AIRE, no al vaciamiento del aire de la radio de la ciudad, recibimos un SOS. Están queriendo despedir a muchxs trabajadorxs de la radio Porteña, radio pública, que desde aquí seguimos por Internet. “La razón aducida –la falta de presupuesto- resulta escandalosa cuando es sabido el gasto realizado por la gestión Telerman en la campaña electoral reciente”. Nuevamente este sistema tan perverso que se come todos los dineros con fines puramente electorales tratando de elegirse, cuando no de reelegirse y así, quita enormes dineros necesarios para cosas importantes y necesarias como lo es en este caso la cultura. Aquí les damos el e-mail para quien quiera mandar su adhesión, por favor, háganlo:
buenosairesinaire@yahoo.com.ar.

Cambiando el tono, y antes de empezar a tomarnos una chicha, o para quien lo prefiera un singani – bebidasd típicas de Bolivia – queremos invitar a todas y todos a la exposición de fotos que mariana pessah estará realizando en Porto Alegre. Quien es de la ciudad, no puede faltar, y quien no, les damos una excelente excusa para que se de “una vueltita”.
La cita es el martes 3 en La Palavraria. Para más datos y para ver una primicia, pueden clickar aquí:
http://www.flickr.com/photos/marianapessah/sets/72157600498480080/

Ahora sí, agarren sus bebiditas porque Julieta Paredes ya está acercándose. Pasen por aquí y acomódense :
http://en-rebeldia.blogspot.com/ Que la disfruten.


E ai pessoal, tudo certinho? Parece que cada vez menos, não é?
Primeiramente queremos agradecer às mensagens de solidariedade que recebemos. Infelizmente não conseguimos responder a todas, mas é certo que as lemos. Muitas vieram acompanhadas de sugestões quanto a outras empresas blogueras, de páginas Internet e outras alternativas. Mensagens com muito carinho e raiva ativa, daquela que compreende, da “kompanheira”. Obrigada pelos mimos recebidos. Acabamos ficando contentes ao ver que nosssa bloga EM REBELDIA é lida e, nos momentos que estivemos mais frágeis frente a esses problemas, nos sentimos acompanhadas e isso nos dá forças para continuar lutando kontra este sistema.
Novamente blogspot não nos reconhece (a senha) e isto, somado a algumas sugestões enviadas, está fazendo que pensemos em novas formas de comunicação. Nisso andamos, quem sabe, como diz o ditado: há males que vem para bem (ou há malas que vem de trem...he!he!)

Hoje trazemos uma perlita do pensamento boliviano, uma mulher como poucas, lutadora, combativa, anarkista, feminista – autônoma, aymará. Muita já devem ter imaginado de quem falamos, de Julieta Paredes. Da Comunidade Mujeres Creando e da Assembléia Feminista. Vem a nosso convite com um texto que encontramos na linda página das Mujeres Creativas
http://www.nodo50.org/mujerescreativas/ - que contém um material altamente recomendado. Ainda que Julieta tenha escrito este texto em outubro de 2003, quando a Bolívia se debatia pelo gás e ao governo puramente neoliberal de Goñi, sucedeu uma coisa inesquecível. As pessoas começaram a tomar as ruas, as massas decidiram deixar de ficar em suas casas assistindo TV e saíram a brigar contra o que acontecia. Claro que esta é uma brevíssima síntese para entender alguns momentos conjunturais, o que nos interessa é degustar o processo de pensamento de Julieta, a análise estrutural que vai mais além da conjuntura boliviana da época.

Ela fala da violência do Estado. Que a dinâmica de reprodução e de manutenção do sistema patriarcal capitalista de nossos tempos nos arrasta ao território da violência, leva a população –oprimidos e opressores- a utilizarem suas armas: a agressão gratuita, a hipocrisia e a corrupção como forma de dividir para reinar. Mostra também que o neoliberalismo para manter um regime de injustiça absoluta volta a utilizar a repressão dos tempos das ditaduras militares, na AMLAC, e da dominação colonial. Nos fala do neo-imperialismo e da insegurança das pessoas nas grandes cidades. Esses exemplos não param de acontecer, até porque não são exceção, são a regra, é a barbárie que envolve a tod@s, no ataque ou na defesa.


A destruição da universidade pública e a transformação do ensino formal em simples ferramenta de reprodução ideológica do capital, em padrões nunca vistos, estão também por trás desse processo. Entretanto, a juventude não é um bloco sólido. Tem brechas por onde escapa sua liberdade e generosidade. Em nossa última bloga de duas semanas atrás, dizíamos que era necessário sair às ruas, que o Brasil estava começando – se bem que lentamente – a despertar. Os estudantes estão em greve e levando algumas bandeiras criadas no maio de 68. Mas a policia desta etapa do capitalismo tem “os palitos de esmagar idéias” como chamava Mafalda, muito afinados e atentos.
Os últimos episódios relativos à greve dos estudantes, em várias regiões do país, desvendam a hipocrisia da democracia brasileira. Na cidade de Araraquara, SP, a universidade foi invadida pela polícia, a pedido do próprio reitor. Os estudantes foram presos e fichados na polícia como meliantes. Isso tudo por tentar fazer valer seus direitos! Em um país cujo presidente vem da militância sindical!!! Poucos e poucas professores e professoras ficaram do lado dos jovens e lutaram para sua liberação rápida. Nesse contexto é importante citar um trecho escrito por uma das professoras mais combativas desse episódio, a socióloga Maria Orlanda Pinassi:

“Para cada escopeta uma caneta

Caros amigos, (...) Acabo de viver na semana que finda algumas das piores experiências da minha vida e, com toda certeza, de nenhuma delas eu consegui extrair algum ensinamento nobre.(...) é muito difícil admitir que, nestes últimos dias do resto da minha vida, sofri a enorme decepção de ver o ovo da serpente se rompendo e acarinhando almas que, até pouco tempo, eu julgava insuspeitas.(...) Estou falando da forma pela qual foi cumprido o mandado de reintegração de posse da sala da diretoria da faculdade de ciências e letras da Unesp de Araraquara. Pior, estou falando da anuência – ativa e passiva - da comunidade acadêmica diante da invasão da tropa de choque para fazer cumprir a lei contra jovens integrantes do movimento estudantil tentando, de modo pacífico, chamar a atenção para a sua pauta de reivindicações.


(...) Caros, peço a todos que reflitam ao menos por um breve instante nos fundamentos pedagógicos do trauma; na irresponsabilidade da indiferença, da ironia e da retaliação; nas conseqüências trágicas que poderão resultar da humilhação moral e do linchamento ideológico a que se vem submetendo esses garotos. Por que? Ora, eles não gostam de novela, nem do macdonalds, não vão ao Pan, não acompanham as novidades dos fashion week da vida, mas ousam sonhar e lutar por um mundo melhor. Seja ele exeqüível ou não.


Julieta, desde la Paz vai nos incitar a seguir lutando, não se pode baixar os braços. É interessante recordar que a Bolívia é um dos países mais pobres da AMLAC, enquanto que o Brasil é o segundo país do mundo – depois de Serra Leoa - com maior disparidade de renda entre ricos e pobres.
A violência urbana é fruto da impunidade e da miséria. De um lado a prepotência das classes favorecidas que agem como se todos e todas fossem seus servidores, de outro uma população crescentemente pobre e oprimida que encontra conforto nos braços dos traficantes.
Alguém se lembra do índio Galdino queimado vivo pelos jovens classe média brasiliana. Filhos de deputados, políticos, empresários, funcionários da ilha da fantasia. Filhos da impunidade. Hoje os rapazes já foram liberados de suas condenações e o índio, perdido na selva da cidade sem alma, simplesmente morreu.


Essa semana outro, entre muitos, um novo caso exemplar. Uma empregada doméstica, no sábado, dia de descanso, 5:00 da manhã, na bela cidade do Rio de Janeiro, esperava o ônibus, para tentar conseguir uma senha para ser atendida pelo SUS. Passaram 6 jovens universitários, esses riquinhos que só conhecem o seu universo, e na hora que saiam da balada simplesmente a surraram e roubaram sua bolsa. Foram identificados por um motorista de táxi e reconhecidos pela mulher que sobreviveu por pouco. Alegaram: achamos que era uma puta! Ela, a agredida, com uma serenidade exemplar também manifestou-se. Compreendo que os pais dos meninos estejam arrasados, eu também sou mãe, mas, sem rancor, penso que devem ser punidos. Devemos acabar com a impunidade, pela minha família e pela sociedade brasileira.


É isso aí. Nós também queremos que sejam punidos com todo o rigor que a lei dedicou aquela mulher que roubou 1 pacote de manteiga no supermercado e ficou esquecida na prisão por meses, ou de tantos e tantas outras que foram duramente punidos por roubar algo para comer, ou por apunhalar um deputado que mentiu quanto a sua aposentadoria.


Sob o grito de LA RADIO ES AIRE (A RÁDIO É AR), não ao esvaziamento do ar da rádio da cidade, recebemos um SOS. Estão querendo despedir a muitas trabalhadorxs da rádio Portenha, rádio pública que, daqui de Porto Alegre, acompanhamos pela Internet. “A razão explicada –a falta de recursos- resulta escandalosa quando é conhecido o gasto realizado pela gestão Telerman na campanha eleitoral (para prefeito de Buenos Aires) recente”. Novamente, esse sistema tão perverso que come todos os recursos públicos com fins puramente eleitoreiros, usado pelos políticos para eleger-se, quando não para re-eleger-se, retira enormes somas de dinheiros para coisas importantes e necessárias, como é o caso da cultura.
Aqui lhes damos o e-mail para quem queira mandar sua adesão contra o esvaziamento da rádio Portenha, por favor, faça-o:
buenosairesinaire@yahoo.com.ar.

Mudando um pouco de tom e, antes de começar a tomar uma chicha, ou para quem preferir, um singani – traguinhos típicos da Bolívia – queremos convidar a todas e todos para a exposição de fotos que mariana pessah estará realizando em Porto Alegre. Quem estiver na cidade não pode faltar, e quem não estiver, aproveite para dar um giro por aqui.
O lançamento é na terça-feira, dia 3, na Palavraria. Para mais informações e para dar uma espiadinha nas fotos, clicke aqui:
http://www.flickr.com/photos/marianapessah/sets/72157600498480080/

Agora sim, pegue sua bebidinha porque Julieta Paredes já está chegando. Disfrutem com prazer. É só chegar:
http://en-rebeldia.blogspot.com/


REHENES DEL ESTADO


por Julieta Paredes

Como feministas integrantes de Mujeres Creando estamos en la responsabilidad de no ser secundonas, es decir seguidoras ciegas, de lo que las masas, tan patriarcales ellas, quieran imponer.
Cuando yo hablo, estoy hablando a nombre mío, pero no individualista sino que formo parte de un movimiento. Nosotras, Mujeres Creando, somos un movimiento feminista, aquí no hay ni jefas, ni representantes, lo que dice cada una es su propia responsabilidad.
Nuestro pueblo siempre ha sido combativo, esta no es una novedad, la novedad de este momento es que estamos cercados por un muro de emputes acumulados pero que no tienen salidas claras, porque las salidas no aparecen, no son un acto de magia de pakpacos de Harvard o pakpakos (charlatanes) de la Plaza de San Francisco. Encontrar salidas es una acción de alumbramiento, es como parir una wawa que hay que cuidar siempre, una acción cotidiana y sostenida a través del tiempo, que poco a poco sienta bases de reflexión, acción y reacción ante diversos ataques que surgen del Estado depredador de sueños, una acción que creemos nosotras deben apuntar a anular el control del Estado sobre nuestras vidas y nuestras esperanzas.

El sistema necesita tenernos en su cancha para darnos paliza.

El patriarcado ha impuesto una lógica, una forma de relacionarse con los otros y otras, esta metodología de relación, tiene varios componentes, tácticas, técnicas y estrategias todos con el objetivo de que su poder no se acabe. Uno de los aspectos que nos ocupa hoy en el análisis es la metodología de arrastrar siempre al otro, a su terreno y una vez arribado el otro y la otra a su terreno, le dan con todo lo que pueden.
El terreno es el de la violencia, el autoritarismo y la jerarquización, este terreno ha sido inventado por el Patriarcado, es el lenguaje de la guerra y del poder. Si quienes queremos cambiar el sistema entramos en la cancha de la violencia, vamos a salir trasquiladas, nos van a hacer pomada, para eso están sus armas, que siempre ellos van a tener más y mejores armas que nosotras \ os, es claro porque ellos son los fabricantes de armas, ganan dinero de las guerras y conflictos armados, pero no es solo eso, no es solo cosa de armas, es a la vez una cultura de la violencia que se enraíza en nuestros comportamientos cotidianos, convirtiéndonos en tributarias, contribuidoras y contribuidores del sistema a través de nutrirlo con la violencia anidada en nuestras vidas, peligroso eso muy peligroso.
Cuando el sistema no nos pueda arrastrar a su cancha, no va a saber como actuar contra nuestra lucha, de ahí que con creatividad y una convicción firme de que las formas violentas nos llevan solo a nutrir al poderoso, podemos lograr victorias profundas contra el sistema.
Esto no es cosa de una persona, por muy anarquista que yo sea, no es un acto individual ni tampoco de grupo, tiene que ser un movimiento y ahí esta uno de nuestros desafíos avanzar hacia la construcción de un movimiento en circunstancias tan adversas y descalificadotas.
En este momento no tenemos esa organización y tampoco un proyecto de país no tenemos propuesta sea como feministas, grupo o sindicato, pero no por eso vamos a la calle a correr con un cartel tras de todas o cualquier marcha que pasa por la vía pública dando vueltas como huyroncos sin saber a donde vamos y apostando cada día a que la cosa crece y los del gobierno apuestan a que no crece Puff, carajo puede crecer o no, lo importante es saber a donde vamos y eso no esta claro. Mal pues, no se trata de hacer seguidismos creo que tenemos que tratar de construir otro instrumento, los seguidismos son actos catárticos y justificatorios o como decimos un saludo a la bandera y punto. ¿¿Entonces hay que meterse en la casa y no hacer nada?? No, claro que no.

El gas es para los juguetes de nuestras wawas no para que se masturben las transnacionales.

La crisis que estamos pasando tiene varios temas actoras actores y reivindicaciones, no es uno solo pero si hay un tema aglutinador, que es que el gas debe ser aprovechado por quienes vivimos en Bolivia. Inmediatamente surge la pregunta ¿Cómo?, y hay respuestas desde la NO venta a nadie y se queda solo para Bolivia, hasta si podría salir por Chile pero con buenos precios y buenas condiciones. Mi opinión es que la abrogar la ley de Hidrocarburos que regala nuestra riqueza a las transnacionales, es el primer paso, la revisión y corrección de la ley de capitalización el segundo y el tercero proyectos concretos de industrialización del gas aquí en Bolivia, estas son las bases de discusión, agarrar a puñetes a quien dice: venderemos, no nos permite discutir, que es lo mejor para Bolivia, si ahora aprendemos a escucharnos nos prepara para desechar al Estado como lugar de solución de nuestros problemas. Diferentes medios de comunicación están haciendo programas muy interesantes, de información y propuesta pero no hay una coordinación para aprovechar mejor estos espacios, que son de reflexión. Esta primando la acción de vomito de la gente en las calles, vomito que crece sin un sur donde arribar.
Hay un tema articulador, el gas, pero no tenemos confianza ni credibilidad en la delegación de representación para la toma de decisiones sobre este fruto de la Pachamama y ahí estamos jodidas por eso es que el conflicto dura tanto, un gobierno de hienas mediocres (como Sánchez Berzaín y Yerco Kukoc) que se comen nuestras entrañas, no podrían con nosotras, pero nos paran con la represión y nuestra incapacidad de comprometernos y construir un instrumento antipatriarcal que haga cambios de verdad, somos repetitivas\os entramos a círculos viciosos y otros al circulo de la violencia para que nos derroten y nos vayamos con la cola entre las piernas. Que protestar no sirve, ¡sirve pues! claro que sirve, como autoafirmación, pero como presencia viva, la protesta tiene que tener una propuesta antipatriarcal sino, es a la corta o larga reciclar nomás al Patriarcado con nuevas figuras.
Los hombres y mujeres de nuestro pueblo que no rompen o no quieren romper el cerco de la violencia que les atrae jugar en la cancha del Patriarcado violento, siempre nos van a causar pérdidas, ¿acaso no tenemos memoria? No rompen el cerco estatal de la violencia entran dentro del juego y se convierten en víctimas y rehenes del Estado, justo donde los querían tener.

Quiero distinguir la violencia de la legítima defensa, no son lo mismo y no hay que confundir. La defensa es legítima contra quien te golpea directamente, por ejemplo el policía, el soldado, o tu marido o tu amigo. Si otra persona no piensa como tú o nosotras no le vamos a ir a pegar, porque dice que no esta de acuerdo contigo, no pues la gente que no quiere luchar tienen derecho a pensar diferente, pero no por eso les vamos a agarrar a puñetes, ahí fallamos, y no convertimos en otros policías que pegamos a quien no nos ha agredido directamente. Las ideas se rebaten con ideas y si nos golpean hay que defenderse de quien nos ha golpeado.

Quiero preguntar dos cosas

¿QUIENES SON LOS HOMBRES Y MUJERES QUE NOS ESTAN MATANDO Y REPRIMIENDO EN LAS CALLES Y CAMINOS??
Son soldados enviados por sus propias madres y padres con muchos festejos al cuartel, las cifras nos indican que las mujeres que se presentaron a la premilitar se han triplicado, porque somos hipócritas, si es el propio pueblo que nutre al Estado con sus hijas e hijos, donde esta un gran movimiento contra el servicio militar obligatorio, somos voces pequeñas de locas como las Mujeres Creando que vamos a los colegios a hablar sobre el tema con las wawas, es verdad que hay también algunas otras personas hablando del tema pero no como un gran movimiento.

¿QUIEN LE NOMBRO AL JACHO (POLICIA) VARGAS DIRIGENTE DEL PUEBLO??
Bastó que este machito maneje armas y las use para pedir salarios de privilegio para los policías sus compinches o como él dice sus camaradas, para que el pueblo crea en él y salte a ser dizque nuestro dirigente ¿No estaban de por medio para su amotinamiento sus intereses salariales? Entonces si alguien quieres ser dirigente que entre a ser policía o militar se amotina y acaba de dirigente del pueblo. ¿Este policía ahora se sienta a decirnos que hacer? VAYASE A LA MIERDA ningún policía me dice como amar la libertad y construir la justicia social. Y SE VAN A LA MIERDA QUIENES LO PUSIERON DE DIRIGENTE.

Diversos problemas, una crisis que muestran la crisis del Estado

Siempre nuestras sociedades han estado llenas de problemas que resolver desde los de cada casa, barrio, ciudad, Departamento, sector, clase, sindicato, grupo, etc. Pero la calidad de los problemas ahora presentados, atentan contra el Estado de los patriarcas, cuando hablo de calidad de los problemas me estoy refiriendo que aunque todavía son demandas al propio Estado, es decir se le otorga el poder de resolverlos, son problemas que demuestran la incapacidad de los y las gobernantes, su clase, casta, y grupo dominante y el Estado no es un señor es una institución donde actúan personas concretas y empezamos a vislumbrar esas personas. Esto pone en peligro su hegemonía y deteriora la imagen del simbólico de dominación que es el Estado, socava la confianza de los y las pobres en el instrumento, mentiroso por cierto, del bien común o Estado, los gobiernos pasan, pero el Estado perdura. Simbólico a través del cual nos hemos dejado arrastrar a una democracia, que no es por la que luchamos y casi perdemos la vida.
Lo que fue el simbólico de la teología para el dominio de la monarquía, es ahora el Estado el simbólico para el dominio de la burguesía reciclada es verdad que el neoliberalismo ha puesto en juego otro simbólico, el de Estados supranacionales o el gobierno de las transnacionales, pero la base es la misma y no era tan consistente, por eso ahora muchas de las economías y países están retornando hacia lo local hacia los Estados nacionales.

Las propuestas son autoritarias y fascistoides.

Las propuestas que salen desde nuestro pueblo son también patriarcales y dentro de una cultura fascista, no son solo metidas de pata que el Solares (ejecutivo de la COB) haya hablado de guerra civil y después tenga que revisar su discurso, para ahora hablar de resistencia civil, son machitos bien giles, creen que no nos damos cuenta de su forma de querer resolver los problemas, son igual que los del gobierno, quieren resolver las cosas a bala.

Pepita Peralta Presidenta

El gringo Gonzalo[1] y su club de mediocres, violentas hienas hambrientas de cadáveres, saben que no tenemos alternativas de representatividad y coordinación de luchas y sueños, saben y conoce la lógica de machitos (los dirigentes) como ellos y sabe que cuando quiere, los lleva a su cancha para darles paliza, por eso nos dice por tele, tan cínicamente que no va ha renunciar, entonces pensaremos en lo que hay que hacer, no seguiremos nutriendo su violencia con nuestra energía, porque lucha que no sabe donde va, se convierte en energía para la \ el contrario.

En la situación que estamos muchos son candidatos a la silla presidencial o al gobierno de Bolivia, por eso nosotras decimos Pepita Peralta presidenta, Pepita Peralta no es nadie y puede ser cualquiera. Es decir es una estupidez pensar en este momento que la solución viene de una persona o un grupo, votar a una persona y poner a otra. El gringo Gonzalo no sabe solucionar los problemas, pero tiene razón en que es una soncera pedirle la renuncia, eso en poco tiempo les fortalecería como clase dominante, pues quien venga no va a poder y el problema va a continuar, con la diferencia que a quien tendremos al frente no va a ser el gringo Gonzalo sino uno surgido del pueblo y ahí nos vamos a dar cabeza con cabeza, para beneficio de la derecha que ahora esta al pedo. Socavarle el piso al Estado desprestigiarlo ante su clase, la viabilidad de la anarquía.
Creo que tenemos dos oportunidades, por un lado hacer los esfuerzos de unidad y coordinación para el tema del gas que tome por centro personalidades con credibilidad popular nacional e internacional, para hacer un cabildo de propuestas de solución, proyectos sobre industrialización del gas, una especie de espacio alterno a la cancha del Estado donde están tan metidos los dirigentes y proponemos a Doña Ana Maria de Campero como ex Defensora del Pueblo que sea el punto aglutinador.
Y otra oportunidad es la de ponerles el espejo a su mediocridad que quienes tienen la hegemonía del poder se miren que vean su mediocridad, su estupidez y falta de inteligencia que vean lo flojos que son, hay que burlarnos de su incompetencia y que no vengan a hacerse los y las pobrecitas ahora que lo han jodido todo, si algo bueno le pasa o tiene Bolivia es gracias al pueblo, estos riquillos siempre ha sido gente parásita y bueno pues hay que a cada rato refregarles eso y refregarnos a nuestros ojos eso, porque es por el voto del pueblo (…) que ahora estos maleantes están ahí en el parlamento y el gobierno entonces aquí no hay angelitos cada quien asumiremos nuestras responsabilidades.

Es un momento para ver claro, si queremos ver yo soy feminista anarquista y nunca tan claro se ve la inutilidad del Estado, se ve que no es de cambiar al gringo por el cocalero o por el indio o por Pepita Peralta es el momento de la responsabilidad de la libertad . Es el momento de no tener miedo a pensar en darnos nosotras y nosotros mismas las soluciones, de valorar nuestra palabra de comprobar que somos capaces de directamente participar, sin mediaciones de los partidos y coordinar nuestras necesidades y el bien común sin necesidad del Estado. (…)


REFÉNS DO ESTADO

por Julieta Paredes

Como feministas integrantes de Mujeres Creando temos a responsabilidade de não ser conduzidas, de seguir cegamente o que as massas, tão patriarcais, querem impor.
Quando falo, estou falando em meu nome, não de forma individualista, mas como parte de um movimento. Nós, Mujeres Creando, somos um movimento feminista, aqui não há chefas, nem representantes, cada uma assume a própria responsabilidade pelo que diz.
Nosso povo sempre foi combativo, isso não é uma novidade, a novidade do momento é que estamos cercados por um muro de raivas acumuladas mas que não apresentam saídas nítidas, porque as saídas não aparecem, não são um ato de magia de charlatões de Harvard ou da praça de São Francisco. Encontrar saídas é uma ação de fazer aflorar, é como parir uma wawa (criança) de quem sempre se tem que cuidar, uma ação cotidiana e sustentada através do tempo, que pouco a pouco cria bases para reflexão, ação e reação frente a diversos ataques que surgem do Estado depredador de sonhos; uma ação que nós acreditamos que levará ao fim do controle do Estado sobre nossas vidas e esperanças.

O sistema necessita nos manter em seu território para poder nos reprimir.

O patriarcado impôs uma lógica, uma forma de se relacionar com os outros e outras, essa metodologia de relação tem vários componentes, táticas, técnicas e estratégias todos com o objetivo de que seu poder não se acabe. Um dos aspectos que hoje ocupa nossa análise é a metodologia de sempre atrair o/a oponente para o seu território e, uma vez que esse objetivo é alcançado, ele tem melhores condições de reprimir aqueles e aquelas que fazem a crítica ao sistema.
O território é o da violência, do autoritarismo e da hierarquização, esse território foi inventado pelo Patriarcado, é a linguagem da guerra e do poder. Se aqueles ou aquelas que queremos mudar o sistema entrarmos em seu território de violência, vamos sair “tosquiadas” (enfraquecidas), vão fazer paçoquinha de nós. Para isso servem suas armas, que eles sempre vão ter mais e melhor que nós, é claro, porque eles são os fabricantes, são eles quem ganham dinheiro com as guerras e conflitos armados, mas não é apenas isso, não é apenas coisa de armas. É a cultura da violência que se enraíza em nossos comportamentos cotidianos, convertendo-nos em tributárias, colaboradoras e colaboradores do sistema, que se nutre com a violência que se aninha em nossas vidas. Isso é perigoso, muito perigoso.
Quando o sistema não puder nos atrair para seu território, não saberá como atuar contra nossa luta. Assim, com criatividade e com a firme convicção de que as formas violentas não nos levam somente a nutrir o poderoso, podemos lograr vitórias profundas contra ele.
Isso não é tarefa de uma só pessoa, por mais anarquista que eu seja, não é um ato individual, nem tampouco de grupo, precisa ser um movimento e aí está um de nossos desafios; avançar até a construção de um movimento em circunstâncias tão adversas e desqualificadoras.
Neste momento não possuímos essa organização e tampouco um projeto de país, não temos proposta, seja como feministas, grupo ou sindicato, mas nem por isso vamos para a rua caminhar com um cartaz, a reboque de qualquer marcha que passa pela via pública, dando voltas como redemoinhos, sem saber aonde vamos e apostando, cada dia, em que a coisa cresce e os do governo apostando que não cresce. Puff, caralho, pode crescer ou não, o importante é saber aonde vamos e isso não está definido. Logo, não se trata de fazer “seguidismos” creio que temos que tratar de construir outro instrumento. Os “seguidismos” são atos catárticos, são justificativas, ou como dizemos, uma simples saudação à bandeira e ponto. Então, vamos nos entocar em casa e não e não fazer nada?? Não, claro que não.

O gás é para os brinquedos de nossas wawas não para a masturbação das transnacionais

A crise que estamos passando tem vários temas, atores e atrizes e reivindicações, não é apenas um tema, mas sim um tema aglutinador: o gás deve ser aproveitado por nós que vivemos na Bolívia. Imediatamente surge a pergunta- Como? E há respostas: desde NÃO vender a ninguém e ficar apenas para a Bolívia, até de passar pelo Chile mas com preços justos e boas condições. Minha opinião é que anular a lei dos Hidrocarbonetos que presenteia nossa riqueza às transnacionais é o primeiro passo a ser dado. A revisão e correção da lei de capitalização o segundo e o terceiro a elaboração de projetos concretos de industrialização do gás aqui, dentro da Bolívia. Estas são as bases para a discussão, vamos soquear a quem disser: venderemos, não nos é permitido discutir o que é o melhor para Bolívia. Se agora aprendemos a nos escutar isso nos prepara para tirar do Estado a função de resolver nossos problemas. Diferentes meios de comunicação estão fazendo programas muito interessantes, de informação e de proposta mas não há uma coordenação para aproveitar melhor esses espaços, que são de reflexão. Está dominando uma ação de vômito das pessoas nas ruas, vômito que cresce sem uma direção de onde chegar.
Há um tema articulador, o gás, mas não temos confiança, nem credibilidade na delegação de representação para a tomada de decisões sobre esse fruto da Pachamama e aí estamos, fodidas pelo longo tempo de duração desse conflito, um governo de hienas medíocres (como Sánchez Berzaín eYerco Kukoc) que comem nossas entranhas, não poderiam com nós-outras, mas nos param com a repressão. Em nossa incapacidade de nos comprometermos e construirmos um instrumento antipatriarcal que promova mudanças de verdade, somos repetitivas\os, rodamos em círculos viciosos em torno da violência para que nos derrotem e acabemos saindo com o rabo entre as pernas.
Que protestar não serve! Pois serve sim! Claro que serve! Como autoafirmação, como presença viva, o protesto tem que trazer uma proposta antipatriarcal senão é apenas uma reciclagem do Patriarcado com novas figuras.
Os homens e mulheres de nosso povo que não rompem ou não querem romper o cerco da violência, que os puxa para jogar na quadra do Patriarcado violento, sempre nos vão provocar perdas. Por acaso não temos memória? Não rompem o cerco estatal da violência participam do jogo e se convertem em vítimas e reféns do Estado.

Quero distinguir a violência da legítima defesa, não é a mesma coisa e não podem ser confundidas. A defesa contra quem te golpeia diretamente é legítima, por exemplo, a polícia, o soldado, ou teu marido ou teu amigo. Se outra pessoa não pensa como nós, se diz que não está de acordo contigo, não vamos bater nela. Não porque quem não quer lutar tem direito de pensar diferente, mas nem por isso vamos agarrá-lo a socos, ai falhamos e também nos convertemos em policiais que batemos em quem não nos agrediu diretamente. As idéias se rebatem com idéias e se nos baterem precisamos nos defender de quem nos bate.

Quero perguntar duas coisas:

QUEM SÃO OS HOMENS E MULHERES QUE ESTÃO NOS MATANDO E REPRIMINDO NAS RUAS E CAMINHOS??
São soldados enviados por suas próprias mães e pais com muitos festejos ao quartel. As cifras nos indicam que triplicou o número de mulheres que se apresentaram ao serviço militar, porque somos hipócritas. Se é o próprio povo que nutre o Estado com suas filhas e filhos, onde ocorre um grande movimento contra o serviço militar obrigatório? Apenas poucas vozes de loucas como as Mujeres Creando que vamos aos colégios falar sobre o tema com as wawas, ainda que seja verdade que também há algumas outras pessoas falando do tema, mas não como um grande movimento.

QUEM NOMEOU JACHO (POLICIA) VARGAS DIRIGENTE DO POVO??
Bastou que esse machinho soubesse usar armas e as tenha utilizado para pedir salários de privilégio para seus comparsas policiais, ou como ele diz, seus camaradas, para que o povo acredite nele e se adiante a nomeá-lo “nosso dirigente”. Nos motins organizados por ele não estavam envolvidos apenas seus interesses salariais? Então, se alguém quer ser dirigente, basta entrar para a polícia ou ser militar e se amotinar que acaba sendo dirigente do povo.Esse polícia agora se senta a nos dizer o que fazer? ELE QUE VÁ À MERDA, nenhum policial vai me dizer como amar a liberdade e construir a justiça social. E QUE VÃO A MERDA AQUELES QUE O COLOCARAM COMO DIRIGENTE.

Diversos problemas, uma crise que mostra a crise do Estado

Sempre nossas sociedades estiveram cheias de problemas para resolver desde aqueles de cada casa, bairro, cidade, estado, setor, classe, sindicato, grupo, etc. Mas a qualidade dos problemas agora apresentada atenta contra o Estado dos patriarcas. Quando falo de qualidade dos problemas estou me referindo a que, mesmo sendo demandas encaminhadas ao próprio Estado, mesmo se outorgando ao Estado o poder de resolvê-los, são problemas que demonstram a incapacidade dos e das governantes, de sua classe, sua casta, e grupo dominante. O Estado não é um senhor, é uma instituição onde atuam pessoas concretas e começamos a vislumbrar essas pessoas. Isso põe em perigo sua hegemonia e deteriora sua imagem de símbolo de dominação que é o Estado, mina a confiança dos e das pobres no instrumento, mentiroso por certo, do bem comum. Os governos passam, mas o Estado perdura. É o símbolo através do qual nos deixamos arrastar até uma democracia que não é aquela pela qual lutamos e quase perdemos a vida.
O que foi o simbólico da teologia para o domínio da monarquia, é agora o Estado, o simbólico para o domínio da burguesia, reciclada é verdade, que o neoliberalismo colocou em jogo outro símbolo, o de Estados supranacionais ou o governo das transnacionais, mas a base é a mesma, apenas não era tão poderosa, por isso agora muitas das economias e países estão retornando até o local dos Estados nacionais.

As propostas são autoritárias e fascistóides.

As propostas que saem de nosso povo são também patriarcais e dentro de uma cultura fascista. Quando Solares (executivo da COB) falou de guerra civil, não foi apenas um ato desastrado que depois precisou revisar, para agora falar de resistência civil. É a expressão de machinhos otários que pensam que não nos apercebemos de que sua maneira de resolver os problemas são iguais às do governo. Tentam resolver as coisas à bala.

Pepita Peralta Presidenta

O gringo Gonzalo[2] e seu clube de medíocres, violentas hienas com fome de cadáveres, sabem que não temos alternativas de representatividade e coordenação de luta e sonhos, sabem e conhecem a lógica dos machinhos (os dirigentes) como eles e sabem que quando querem, os levam para seu território para lhes dar castigos. Por isso nos disse tão cinicamente pela televisão que não vai renunciar. Então pensaremos no que é preciso fazer, não seguiremos nutrindo sua violência com nossa energia, porque a luta que não sabe onde ir se converte em energia ao contrário.
Na situação que estamos muitos são candidatos à cadeira presidencial ou ao governo da Bolívia, por isso dizemos Pepita Peralta presidenta. Pepita Peralta não é ninguém e pode ser qualquer uma ou qualquer um. Em outras palavras, neste momento é uma estupidez pensar que a solução vem de uma pessoa ou um grupo, votar em uma pessoa e colocar a outra. (...)
Minar as bases do Estado, desprestigiá-lo frente a sua classe: a viabilidade do anarquismo.
Creio que temos duas oportunidades, por um lado fazer esforço para a unidade e coordenação para que o tema do gás tome por centro personalidades com credibilidade popular nacional e internacional, para fazer um conjunto de propostas, projetos sobre industrialização do gás, uma espécie de espaço alternativo ao território do Estado. (...)
E outra oportunidade é a de colocar o espelho para revelar a mediocridade daqueles que detém a hegemonia do poder, para que vejam sua estupidez e falta de inteligência, que vejam como são fracos. Temos que debochar de sua incompetência e afirmar que não venha a se fazer de pobrezinhos e pobrezinhas agora que foderam com tudo, se algo de bom aconteceu na Bolívia foi graças ao povo, esses riquinhos sempre foram parasitas, precisamos lembrá-los disso de tempos em tempos e mostrar isso também para nós, porque agora que o voto é do povo. Esses meliantes estão aí no parlamento e o governo. Assim que não tem anjinhos, cada um deve assumir suas responsabilidades.
É uma oportunidade para ver com nitidez se queremos ver. Eu sou feminista anarquista e considero que nunca ficou tão nítida a inutilidade do Estado, se vê que não adianta trocar o gringo pelo cocaleiro ou pelo índio ou por Pepita Peralta. É o momento da responsabilidade, da liberdade. É o momento de não ter medo de pensar, nós mesmas e nós mesmos, as soluções, de valorizar nossa palavra, de comprovar que somos capazes de participar diretamente, sem mediações dos partidos e de coordenar nossas necessidades e o bem comum sem necessidade do Estado.

[1] Gobiernos de Gonzalo Sánchez de Lozada (GSL), 1993-1997; 2002-2007, derrubado por el pueblo en 2003, fue no sólo la antítesis del nacionalismo revolucionario, sino, al mismo tiempo, la correa de transmisión de los intereses imperiales. Originó la expresión gonismo.

[2] Governos de Gonzalo Sánchez de Lozada (GSL), 1993-1997; 2002-2007, derrubado pelo povo em 2003, é, não apenas a antítese do nacionalismo revolucionário, mas, ao mesmo tempo, o elo de transmissão dos interesses imperialistas. Originou a expressão gonismo.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

A diferença está no tracinho





Hoje chegamos não apenas raivosas, mas também pensativas. Seguindo a belíssima frase de Clarice Lispector, em que diz que prefere não entender, que entender, nós estamos nesse caminho…

Sabíamos que, como diz o velho Marx, tentar destruir a casa do amo com suas próprias ferramentas, é impossível, ainda assim continuamos lutando contra os moinhos de vento, sabendo que temos entre as mãos uma bomba-relógio. Ela explodiu.
Gmail fechou nossa conta mulheresrebeldes@gamail.com que o grupo Google nos obrigou a abrir quando começamos a usar seus serviços de blogspot.com.
Não só nossa conta de e-mail foi desativada, mas também nossa bloga http://enrebeldia.blogspot.com/ já não nos reconhece (a senha).
Queremos denunciá-lo e contar lhes que abrimos uma nova porque não somos mulheres de baixar os braços; por agora a diferença está no tracinho, o hífem que separa EN-REBELDÍA.

Nos perguntamos o que poderia ter incomodado a esses grandes empresários do poder e do domínio da informação. A pornografia não é o nosso metier, mas sim desnudar o sistema patriarcal capitalista. Será que algo do que dizemos incomodou eles? Ou talvez os ofendesse? Ou será que se viram refletidos em alguma opinião?

Seria interessante fazer um paralelo conjuntural com a Venezuela e o Chávez quando dizem que ele e o seu governo, atenta contra a liberdade da imprensa na hora que não renova a licença da emissora RCTV. A mesma que nós chamaríamos de PPH Pretendida Prensa Hegemônica.

Quando clarisse castilhos e mariana pessah decidimos fazer EM REBELDÍA, a idéia era fazer uma imprensa independente onde, segundo nosso ponto de vista, se promovesse a informação e o pensamento, era contribuir com ferramentas que ajudem a ler as famosas entrelinhas.
Isso é o que tem há ver com nossa ideologia anti-sistema e pró-liberdade, por isso dizemos que estamos o tempo todo EM REBELDIA. Esse é nosso estado preferido.

Como dizemos desde o primeiro dia, não se pode pensar nem com o estômago, nem com a cabeça vazios e essa é a obsessão que nos acompanha.


Para hoje Clarisse preparou uma comidinha especial para o invierno – para quens estamos ao sul do continente americano – una sopinha bem picante, com uns temperinhos bem apimentados : chile verde, que como canta nossa amiga Lila Downs, es picante pero sabroso.

A entrada e a sobremesa vão por conta da nossa kerida Clarice Lispector:

“Porque há o direito ao grito.
Então eu grito.
Grito puro e sem pedir esmola...”.
Clicha aqui para continuar lendo
Voltamos no 29 de junho.

Abraços e muita REBELDIA
mariana pessah y clarisse castilhos
mulheres_rebeldes@hotmal.com



La diferencia está en el tracito
http://en-rebeldia.blogspot.com/


Hoy venimos no solamente rabiosas, también pensativas. Siguiendo la bellísima frase de Clarice Lispector, en la cual expresa que prefiere no entender, que entender…nosotras estamos en ese camino…

Sabíamos que como dice el amigo Marx, intentar destruir la casa del amo con sus propias herramientas, es imposible, así y todo, luchamos contra los remolinos de viento aún sabiendo que tenemos entre manos una bomba de tiempo. Explotó.
Gmail nos cerró la cuenta de e-mail mulheresrebeldes@gamail.com que el grupo Google nos obligó a abrir cuando empezamos a utilizar sus servicios de blogspot.com. No solo ella fue desactivada, nuestra bloga http://enrebeldia.blogspot.com/ ya no nos reconoce (la seña).

Queremos denunciarlo y contarles que abrimos una cuenta nueva porque no somos mujeres de bajar los brazos; por ahora la diferencia está en el tracito, en el guión que separa EN-REBELDÍA.

Nos preguntamos qué pudo haberles molestado a estos grandes empresarios del poder y del dominio de la información. La pornografía no es nuestro metier, pero sí desnudar el sistema patriarcal capitalista. ¿Será que algo de lo que dijimos les molestó? ¿Los habremos ofendido con alguna opinión? ¿Será que se vieron reflejados en alguna de nuestras palabras?
Sería interesante hacer un paralelo coyuntural con Venezuela y Chávez cuando dicen que él y su gobierno atenta contra la libertad de prensa al no renovar la licencia de la televisora RCTV. Nosotras simplemente la llamaríamos PPH Pretendida Prensa Hegemónica.

Cuando clarisse castilhos y mariana pessah decidimos hacer EN REBELDÍA, la idea surgió de hacer una prensa independiente en la cual desde nuestro modesto punto de vista se informara y se promoviera el pensamiento, contribuir con herramientas que ayudaran a leer las famosas entre líneas.
Esto es lo que tiene que ver con nuestra ideología anti-sistema y hacia la libertad, por eso decimos que estamos todo el tiempo EN REBELDÍA, es nuestro estado predileKto.


Como decimos desde el primer día, no se puede pensar ni con el estómago ni con la cabeza vacíos, y esa es la obsesión que continuará acompañándonos.

Para hoy Clarisse nos preparó una comidita especial para el invierno – para quienes estamos en el sur del continente americano – una sopita bien picante, con unos condimentos y un chile verde, que como canta nuestra amiga Lila Downs, es picante pero sabroso.

La entrada y el postre son a cargo de una de nuestra kerida Clarice Lispector

“Porque hay derecho al grito.
Entonces yo grito.
Grito puro y sin pedir limosna...”.

Clická aquí para continuar leyendo
Volvemos el 29 de junio.

Abrazos y mucha REBELDIA
mariana pessah y clarisse castilhos
mulheres_rebeldes@hotmal.com



Quantos tiros são necessários para nos matar?

por clarisse castilhos
primero en lengua brasilera


“(...) Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me fez ouvir o primeiro tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina - porquê eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro”. [1]

Hoje queríamos falar de ameaça ambiental. Da destruição dessa terrinha que pariu e criou a humanidade. De como essas ameaças estão se multiplicando, de como estão se acirrando com a agonia do capital. De como a (dês)ordem civilizatória a que chegamos, orientada pelos princípios patriarcais da família nuclear monogâmica, da propriedade privada e do estado todo poderoso, tem uma lógica destrutiva.

Hoje queríamos conversar sobre algumas tragédias anunciadas que estão acontecendo no Brasil. Elas são apenas uma parte de um cruel jogo de estratégias que vê o mundo como um tabuleiro de oportunidades de investimento. Seus efeitos perversos recaem principalmente, sobre os chamados países periféricos. Ou seja, eles usufruem, eles destroem, eles aproveitam. Nós ficamos devastadxs. A destruição da Amazônia, a entrega de nossas reservas de água, de nosso subsolo e do sangue de nossa população em troca do sucesso eleitoral fazem parte do cotidiano da América Latina. Nem vamos falar da África, que já está devastada pelas mineradoras e pelas guerras internas provocadas pelos colonizadores. Nem do Oriente, onde as constantes invasões pelo controle das reservas de petróleo não somente provocaram efeitos ambientais irreparáveis, como levaram à ascensão do fundamentalismo religioso (outro tema a ser tratado a partir da ótica de nossos ideais libertários!).
Por isso queremos dedicar alguns parágrafos ao meio ambiente e, em especial, ao velho Chico.

O Brasil e o velho Chico

“(...) Barrancas, carrancas, paisagens
Francisco, Francisco
Tantas águas corridas (...)
Gaiolas são pássaros
Flutuantes imagens deságuam os instantes
O vento e a vela me levam distante

Adeus velho Chico
Diz o povo nas margens” (
Roberto Mendes e Capinan)

Tenho tentado. Eu juro que tenho tentado, como disse recentemente nossa ministra do Turismo, “relaxar e gozar” (expressão, que como as mulheres bem a conhecem, é retirada de uma frase extremamente machista.). Infelizmente, o velho Chico não me sai da cabeça.

Talvez
nossxs amigxs de outros recantos do Caribe e da América Latina não saibam quem é esse velho Chico. É o apelido carinhoso que se dá no Brasil ao rio São Francisco, o rio da integração nacional. O rio que corta todos os estados nordestinos levando um pouco de água, fertilidade e navegação às populações mais pobres do nosso Brasilzão que, como Cronos, se alimenta de seus/suas próprixs filhxs.

Nessa semana infelizmente começou a transposição das águas do rio São Francisco sob a alegação de que é preciso alimentar a geração de energia e as reservas de água, usando-se ainda o argumento, contestado por muitos pareceres técnicos, de que o velho rio não vai se extinguir. Esse rio é a garantia de sobrevivência de toda a população ribeirinha e tem uma função essencial na manutenção de um equilíbrio ambiental já tão frágil como o do Nordeste brasileiro.

“(...) Para quem vai ser feita a transposição? Esta obra não vai resolver o problema das populações pobres e das populações difusas, pois esta água irá abastecer populações urbanas e o agronegócio. Os pobres continuarão sem acesso e essa água. Mais uma vez os governos brasileiros não medem esforços para beneficiar um modelo econômico que há quinhentos anos vem desgastando o país, que é o agronegócio exportador
[2].

Foi justamente no Nordeste que começou a devastação das matas brasileiras. Já no primeiro século da invasão portuguesa vieram as primeiras mudas de cana-de-açúcar que deram início ao ciclo da cana. Esse tema, tal e qual um repente nordestino, vai puxando um outro, o do etanol. Já falamos nisso aqui
http://enrebeldia.blogspot.com/2007/05/el-negocio-de-la-moral-1.html , mas hoje insistimos apenas para lembrar que a produção do hipocritamente chamado bio combustível tem como uma das fontes principais a cana-de-açucar. Esse projeto por sua vez está amplamente ligado a acordos espúrios entre governo brasileiro, Bush & cia.

A plantação de cana-de-açúcar, por si só, é uma cultura devastadora do meio ambiente pior do que o cavalo de Átila (lembram? “por onde pisava o cavalo de Átila, o rei dos hunos, não crescia mais erva nenhuma”. Algo assim.). A cultura da cana, e aí vem outro tema, assim como a expansão da monocultura do eucalipto (o chamado deserto verde)[3], estão ocupando espaços crescentes nas áreas de proteção ambiental, da pequena agricultura e invadindo terrenos dos movimentos populares como dos assentamentos do MST e do MPA, além das áreas de reservas indígenas. (Ufa! É possível relaxar? E gozar, então?)

Continuando nosso repente, e mostrando que nada acontece por acaso, também foi nesta semana que foi aprovada pela nossa querida câmara federal a divisão do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) com o objetivo de “agilizar” as licenças ambientais necessárias para a implantação das grandes obras de engenharia e das explorações minerais, sobretudo na Amazônia. Que tal? Dentre as obras previstas, além da transposição do São Francisco, está incluído outro crime ambiental que é a construção da usina do Rio Madeira, um afluente do Amazonas, com efeitos previsíveis dramáticos
[4].

É verdade que a nossa ministra Marina da Silva, uma brava mulher que trabalhou nos seringais do Norte, que foi uma grande lutadora dos Movimentos Sociais, vem se debatendo contra esses desmandos a favor do capital e contra nossas riquezas naturais. Mas, ministra, sua maior bravura seria agora se separar desse governo e denunciar tudo o que está sendo feito. Com isso você recuperaria o respeito de nossa parte e talvez obrigasse a mídia institucional a veicular essas notícias!

Ou você ainda acredita na hipocrisia de partidos que se movem através de acordos de “cavalheiros” conforme convém à manutenção da ordem patriarcal?

O Vale de São Felix, no Chile.

Só para citar um exemplo fora do Brasil, e ilustrar a universalidade deste tema, trazemos alguns trechos que descrevem outra tragédia anunciada, desta vez no Chile, no Vale de São Felix. Por este vale corre a água mais pura do Chile por rios alimentados por 2 glaciais onde existem também depósitos de ouro, prata e outros recursos minerais. Para chegar a esses depósitos será preciso quebrar e destruir os glaciais e fazer 2 buracos do tamanho de uma montanha, um para extração e outro para os dejetos da mina. É o projeto PASCUA LAMA, da companhia Barrick Gold. A operação está sendo planejada por uma multinacional de quem faz parte Busch pai
[5]. O projeto só não começou porque o governo chileno foi barrado por um adiamento conseguido pelos camponeses da região. Todo o ouro extraído, além de poluir irremediavelmente os rios, será inteiramente apropriado pela multinacional. Esses camponeses não conseguiram sequer um espaço na TV para expressar suas reivindicações.

Felizmente não tudo está perdido!

¡¡¡Brasil está reagindo!!! A juventude brasileira tomou a reitoria da USP, Universidade de São Paulo, e depois outras federais e estaduais, para tentar barrar a destruição do ensino público. É bem verdade que alguns professores interromperam o movimento da greve sem que as reivindicações tenham sido alcançadas, mas ficou um saborzinho bom, ar fresco de luta: o fogo da juventude brasileira está vivo y flamejante. Mais ainda, entre os dias 11 e 15 de junho, está ocorrendo o V Congresso Nacional do MST, em Brasília, do qual estão participando mais de 18.000 camponesxs.

¿Onde quero chegar com esses relatos? A minha idéia é aproveitar o inverno que se aproxima e jogar lenha na fogueira da ação. Quero afirmar que o movimento feminista autônomo, por ser uma luta contra o patriarcado, está vinculada a todas as causas que tenham essa mesma origem : as formas de domínio. Somos contra o patriarcado e a favor da libertação de toda a humanidade - homens e mulheres exploradxs. Por isso não podemos esperar até o momento limite em que os tiros que estão dando na Terra atinjam o nosso coração.

Não esperemos ao décimo terceiro tiro para sentir a morte. Precisamos nos concientizar da premência dos fatos, vamos nos apropriar de cada rio, de cada glacial e de cada pedaço de terra que tem no globo. Ela nos pertence a nós, a toda a humanidade.
¡
Como xs estudantes, agora é o momento de agir e reagir!

agora em lingua argentina

¿Cuántos tiros serán necesarios para matarnos?
por clarisse castilhos


“(...) Esta es la ley. Pero hay alguna cosa que me hizo oír el primer tiro con un alivio de seguridad, el tercero me deja alerta, el cuarto desasosegada, el quinto y el sexto me cubren de vergüenza, al séptimo y el octavo los escucho con el corazón latiendo de horror, el noveno y el décimo mi boca está trémula, en el décimo primero digo con espanto el nombre de Dios, en el décimo segundo llamo a mi hermano. El décimo tercer tiro me asesina - porque yo soy el otro. Porque quiero ser el otro”.
[6]


Hoy quiero hablar de la amenaza ambiental. De la destrucción de esta tierrita que parió y creó a la humanidad. De cómo estas amenazas están multiplicándose y extremando con la agonía del capital. Cómo el (des)orden civilizatorio al que llegamos, orientado por los principios patriarcales de la familia nuclear monogámica, de la propiedad privada y del estado todo poderoso, tiene una lógica destructiva.

Hoy quiero conversar sobre algunas tragedias anunciadas que están sucediendo en Brasil. Ellas son apenas una parte de un cruel juego de estrategias que ve el mundo como un tablero de oportunidades de inversiones. Sus efectos perversos recaen, principalmente, sobre los llamados países periféricos. O sea, ellos usufrúen, ellos destruyen, ellos aprovechan. Nosotrxs quedamos devastadxs. La destrucción de la Amazonia, la entrega de nuestras reservas de agua, de nuestro suelo y de sangre de nuestra población en cambio de éxitos electorales hacen parte del cotidiano de América Latina. ¡Ni hablar da África! que ya está devastada por las mineradoras y por las guerras internas provocadas por los colonizadores. ¡Ni de Oriente! Donde las constantes invasiones por el control de las reservas de petróleo no solamente provocaron efectos ambientales irreparables, como también llevaron a la ascensión del fundamentalismo religioso (otro tema a ser tratado a partir de la óptica de nuestros ideales libertarios).
Por eso queremos dedicar algunos párrafos al medio ambiente y, especialmente, al viejo Chico
[7].

Brasil ye o velho Chico

“(...) Barrancas, carrancas, paisagens
Francisco, Francisco
Tantas águas corridas (...)
Gaiolas são pássaros
Flutuantes imagens deságuam os instantes
O vento e a vela me levam distante

Adeus velho Chico
Diz o povo nas margens”
(Roberto Mendes e Capinan)

Lo vengo intentando, lo juro. Como dijo recientemente nuestra ministra de turismo, “relájate y goza”
[8] (expresión, que como las mujeres bien conocemos, es retirada de una frase extremadamente machista.), pero lamentablemente, el viejo Chico no se me sale de la cabeza.

Talvez
nuestrxs amigxs de otros rincones del Caribe y de América Latina no sepan quién es ese viejo Chico. Es el sobrenombre cariñoso que se le da en Brasil al São Francisco, río de la integración nacional. Corta todos los estados nordestinos llevando un poco de agua, fertilidad y navegación a las poblaciones más pobres do nuestro Brasilzão que, como Cronos, se alimenta de sus propios/as hijos/as.

Esta semana infelizmente, comenzó la transposición de las aguas de nuestro kerido río alegándose que es preciso alimentar la fuente que genera energía y las reservas de agua, usándose todavía el argumento, contestado por muchos pareceres técnicos, de que el viejo río no va a extinguirse. Él es la garantía de sobrevivencia de todas las poblaciones ribereñas y tiene una función esencial en la manutención de un equilibrio ambiental ya tan frágil como el Nordeste brasilero.

“(...) ¿Para quién va a ser hecha la transposición? Esta obra no va resolver el problema de las poblaciones pobres y de las poblaciones aisladas, porque este agua irá abastecer poblaciones urbanas y/o agronegocio. Los pobres continuarán sin acceso al agua. Una vez más, los gobiernos brasileros no miden esfuerzos para beneficiar un modelo económico que hace quinientos años viene desgastando al país, que es el agronegocio exportador
[9].

Fue justamente en el Nordeste que comenzó la devastación de las matas brasileras. En el primer siglo de la invasión portuguesa llegaron las primeras mudas de caña de azúcar que dieron inicio a este ciclo. Este tema tan grosso, va arrastrándonos a otro, el del etanol. Ya hablamos de esto más extensamente aquí
http://enrebeldia.blogspot.com/2007/05/el-negocio-de-la-moral-1.html , pero hoy insistimos apenas para recordar que la producción del hipócritamente llamado bio combustible tiene como una de sus fuentes principales la caña de azúcar. Este proyecto por su vez está ampliamente ligado a acuerdos espurios entre el gobierno brasilero, Bush & Cia.
Esta plantación, por sí sola, es una plaga devastadora del medio ambiente peor que el caballo de Atila (¿lo recuerdan? por donde pisaba, el rey de los hunos, no crecía más la hierva.). La cultura de la caña, y aquí viene otro tema, así como la expansión de la monocultura del eucalipto (el llamado desierto verde)
[10], está ocupando espacios crecientes en las áreas de protección ambiental, dentro de la pequeña agricultura e invadiendo terrenos de los movimientos populares como de los asentamientos del MST y del MPA, además de las áreas de reservas indígenas. (¡Ufa! ¡¿Es posible relajar?! ¿Y gozar, entonces?)

Continuando nuestro repente
[11], y mostrando que nada sucede por casualidad, también fue en esta semana que se aprobó por nuestra querida cámara federal la división del IBAMA (Instituto Brasilero de Medio Ambiente y de Recursos Naturales Renovables) con el objetivo de “agilizar” las licencias ambientales necesarias para la implementación de las grandes obras de ingeniería y de las exploraciones minerales, sobre todo en la Amazonia. ¿Qué tal? Entre las obras previstas, además de la transposición del São Francisco, está incluído otro crimen ambiental que es la construcción de una usina del Río Madeira, un afluente del Amazonas, con efectos previsibles dramáticos[12].

Es verdad que a nuestra ministra Marina da Silva, una brava mujer que trabajó en los siringales del Norte, que fuera una grande luchadora de los Movimientos Sociales, viene peleándose contra estos desbandes a favor del capital y contra nuestras riquezas naturales. Pero ministra, su mayor bravura sería ahora separarse de este gobierno y denunciar todo lo que está sucediendo. De esta forma usted recuperaría el respeto de nuestra parte y tal vez obligase a la prensa institucional a vehicular estas noticias.

¿O será que usted todavía cree en la hipocresía de partidos que se mueven a través de acuerdos de “caballeros” conforme conviene la manutención del orden patriarcal?

El Valle de San Félix, en Chile.

Sólo para citar un ejemplo fuera de Brasil, e ilustrar la universalidad de este tema, traigo algunos trechos que describen otra tragedia anunciada, esta vez en Chile, en el Valle de San Félix. Por él corre el agua más pura de Chile por ríos alimentados por 2 glaciares donde, además, existen enormes depósitos de oro, plata y otros minerales. Para llegar hasta ellos será necesario quebrar y destruir los Glaciares y hacer 2 grandes huecos, cada uno del tamaño de una montaña. Son necesarios uno para la extracción y otro para el deshecho de la mina. Es el proyecto PASCUA LAMA de la compañía Barrick Gold, y la operación esta siendo planeada por una multinacional de la cual es Miembro George Bush
[13] papi. El gobierno chileno no empezó el proyecto sólo porque los Campesinos han obtenido un aplazamiento.
Hasta el último gramo de oro será enviado a la multinacional en el extranjero y ni uno le quedará a la gente a quien le pertenecen estas tierras. A los campesinos sólo les quedará el agua envenenada y las enfermedades consiguientes. Los campesinos no han podido siquiera recurrir a la TV por una prohibición del Ministerio del Interior.

¡Por suerte no todo está perdido!

¡¡¡Brasil está reakcionando!!! Parece mentira pero es verdad. La juventud brasilera tomó la rectoría de la USP, Universidad de San Pablo, y luego otras federales y estaduales, para detener la destrucción de la enseñanza pública.
A pesar de que al final un movimiento de algunxs profesorxs acabó con la huelga sin que las reivindicaciones hayan sido alcanzadas, quedó un saborcito rico, aire fresco, de lucha: el fuego de la juventud brasilera está vivo y flameante.
Es más, entre los días 11 y 15 de junio, está aconteciendo el V Congreso Nacional del MST, en Brasilia, del cual están participando más de 18.000 campsesinxs.

¿A dónde quiero llegar con estos relatos? Mi idea es aprovechar el invierno que se nos aproxima y poner leña en la hoguera de la akción. Quiero afirmar que el movimiento feminista autónomo, por ser una lucha contra el patriarcado, está vinculada a todas las causas que tienen este mismo origen: las formas de dominio. Somos contra el capital y a favor de la vida. Somos contra el patriarcado y a favor de la libertación de toda la humanidad - hombres y mujeres exploradxs. Por eso no podemos esperar hasta el momento límite en que los tiros que están dando en el corazón de la Tierra alcancen nuestro pecho.

No esperemos al décimo tercer tiro para sentir la muerte. Veamos el curso de los hechos, apropiémonos de cada río, de cada glaciar y de cada pedazo de tierra que hay en el globo. Porque ella nos pertenece a nosotras, a la humanidad.
¡Como lxs estudiantes, ahora es el momento de akcionar y reakcionar!


[1] Extraído da crônica “Mineirinho”, Clarice Lispector, 1978, publicada no livro “Para não esquecer”.

[2] Manifesto indígena contra a transposição do São Francisco: http://www.cimi.org.br/?system=news&action=read&id=1197&eid=142

[3] Para saber mais: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/especiais/desertoverde ; http://www.seculodiario.com.br/aracruz/ ; http://www.natbrasil.org.br/Docs/Monoculturas/dossie_deserto_verde.pdf
[4] Para saber mais consulte http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/05/382493.shtml ; para tentar barrar a divisão do IBAMA, que ainda precisa passar pelo Senado: www.petitiononline.com/amabi/

[5] http://www.barrick.com/Default.aspx?SectionId=70599b39-cc27-490f-b691-6c6af644deb2&LanguageId=1
http://tlx.blogspot.com/2007/05/metanse-el-oro-en-el-culo.html

[6] Extraído de la crónica “Mineirinho”, Clarice Lispector, 1978, publicada en el libro “Para não esquecer”. En el que un policía le da 13 tiros a "Minerinho". Vale contar que con el primer tiro ya lo habia matado

[7] NdeTraducción: Chico es el diminutivo cariñoso que se le da en Brasil al nombre Francisco, en referencia al río San Francisco.
[8] NdeT: A raíz de las largas esperas en los aeropuertos, la otrora feminista Marta Suplicy, tuvo la brillante idea de dar la recomendación que ante las largas esperas – de varias horas – lo mejor era “relajarse y gozar”. Sabemos que esa infeliz frase es un consejo del patriarcado sobre qué hacer en los caso de violación.

[9] Manifesto indígena contra la transposición del São Francisco: http://www.cimi.org.br/?system=news&action=read&id=1197&eid=142

[10] Para saber más: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/especiais/desertoverde ; http://www.seculodiario.com.br/aracruz/ ; http://www.natbrasil.org.br/Docs/Monoculturas/dossie_deserto_verde.pdf

[11] Repente es uma música típica del nordeste en la cual se va improvisando y es como uma comversación cantada.

[12] Para saber más consulte http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/05/382493.shtml ; para intentar parar la división del IBAMA que todavía precisa pasar por el Senado: www.petitiononline.com/amabi/

[13] http://www.barrick.com/Default.aspx?SectionId=70599b39-cc27-490f-b691-6c6af644deb2&LanguageId=1
http://tlx.blogspot.com/2007/05/metanse-el-oro-en-el-culo.html