por clarisse castilhos
primero en lengua brasilera
“(...) Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me fez ouvir o primeiro tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina - porquê eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro”. [1]
Hoje queríamos falar de ameaça ambiental. Da destruição dessa terrinha que pariu e criou a humanidade. De como essas ameaças estão se multiplicando, de como estão se acirrando com a agonia do capital. De como a (dês)ordem civilizatória a que chegamos, orientada pelos princípios patriarcais da família nuclear monogâmica, da propriedade privada e do estado todo poderoso, tem uma lógica destrutiva.
Hoje queríamos conversar sobre algumas tragédias anunciadas que estão acontecendo no Brasil. Elas são apenas uma parte de um cruel jogo de estratégias que vê o mundo como um tabuleiro de oportunidades de investimento. Seus efeitos perversos recaem principalmente, sobre os chamados países periféricos. Ou seja, eles usufruem, eles destroem, eles aproveitam. Nós ficamos devastadxs. A destruição da Amazônia, a entrega de nossas reservas de água, de nosso subsolo e do sangue de nossa população em troca do sucesso eleitoral fazem parte do cotidiano da América Latina. Nem vamos falar da África, que já está devastada pelas mineradoras e pelas guerras internas provocadas pelos colonizadores. Nem do Oriente, onde as constantes invasões pelo controle das reservas de petróleo não somente provocaram efeitos ambientais irreparáveis, como levaram à ascensão do fundamentalismo religioso (outro tema a ser tratado a partir da ótica de nossos ideais libertários!).
Por isso queremos dedicar alguns parágrafos ao meio ambiente e, em especial, ao velho Chico.
O Brasil e o velho Chico
“(...) Barrancas, carrancas, paisagens
Francisco, Francisco
Tantas águas corridas (...)
Gaiolas são pássaros
Flutuantes imagens deságuam os instantes
O vento e a vela me levam distante
Adeus velho Chico
Diz o povo nas margens” (Roberto Mendes e Capinan)
Tenho tentado. Eu juro que tenho tentado, como disse recentemente nossa ministra do Turismo, “relaxar e gozar” (expressão, que como as mulheres bem a conhecem, é retirada de uma frase extremamente machista.). Infelizmente, o velho Chico não me sai da cabeça.
Talvez nossxs amigxs de outros recantos do Caribe e da América Latina não saibam quem é esse velho Chico. É o apelido carinhoso que se dá no Brasil ao rio São Francisco, o rio da integração nacional. O rio que corta todos os estados nordestinos levando um pouco de água, fertilidade e navegação às populações mais pobres do nosso Brasilzão que, como Cronos, se alimenta de seus/suas próprixs filhxs.
Nessa semana infelizmente começou a transposição das águas do rio São Francisco sob a alegação de que é preciso alimentar a geração de energia e as reservas de água, usando-se ainda o argumento, contestado por muitos pareceres técnicos, de que o velho rio não vai se extinguir. Esse rio é a garantia de sobrevivência de toda a população ribeirinha e tem uma função essencial na manutenção de um equilíbrio ambiental já tão frágil como o do Nordeste brasileiro.
“(...) Para quem vai ser feita a transposição? Esta obra não vai resolver o problema das populações pobres e das populações difusas, pois esta água irá abastecer populações urbanas e o agronegócio. Os pobres continuarão sem acesso e essa água. Mais uma vez os governos brasileiros não medem esforços para beneficiar um modelo econômico que há quinhentos anos vem desgastando o país, que é o agronegócio exportador [2].
Foi justamente no Nordeste que começou a devastação das matas brasileiras. Já no primeiro século da invasão portuguesa vieram as primeiras mudas de cana-de-açúcar que deram início ao ciclo da cana. Esse tema, tal e qual um repente nordestino, vai puxando um outro, o do etanol. Já falamos nisso aqui http://enrebeldia.blogspot.com/2007/05/el-negocio-de-la-moral-1.html , mas hoje insistimos apenas para lembrar que a produção do hipocritamente chamado bio combustível tem como uma das fontes principais a cana-de-açucar. Esse projeto por sua vez está amplamente ligado a acordos espúrios entre governo brasileiro, Bush & cia.
“(...) Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me fez ouvir o primeiro tiro com um alívio de segurança, no terceiro me deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina - porquê eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro”. [1]
Hoje queríamos falar de ameaça ambiental. Da destruição dessa terrinha que pariu e criou a humanidade. De como essas ameaças estão se multiplicando, de como estão se acirrando com a agonia do capital. De como a (dês)ordem civilizatória a que chegamos, orientada pelos princípios patriarcais da família nuclear monogâmica, da propriedade privada e do estado todo poderoso, tem uma lógica destrutiva.
Hoje queríamos conversar sobre algumas tragédias anunciadas que estão acontecendo no Brasil. Elas são apenas uma parte de um cruel jogo de estratégias que vê o mundo como um tabuleiro de oportunidades de investimento. Seus efeitos perversos recaem principalmente, sobre os chamados países periféricos. Ou seja, eles usufruem, eles destroem, eles aproveitam. Nós ficamos devastadxs. A destruição da Amazônia, a entrega de nossas reservas de água, de nosso subsolo e do sangue de nossa população em troca do sucesso eleitoral fazem parte do cotidiano da América Latina. Nem vamos falar da África, que já está devastada pelas mineradoras e pelas guerras internas provocadas pelos colonizadores. Nem do Oriente, onde as constantes invasões pelo controle das reservas de petróleo não somente provocaram efeitos ambientais irreparáveis, como levaram à ascensão do fundamentalismo religioso (outro tema a ser tratado a partir da ótica de nossos ideais libertários!).
Por isso queremos dedicar alguns parágrafos ao meio ambiente e, em especial, ao velho Chico.
O Brasil e o velho Chico
“(...) Barrancas, carrancas, paisagens
Francisco, Francisco
Tantas águas corridas (...)
Gaiolas são pássaros
Flutuantes imagens deságuam os instantes
O vento e a vela me levam distante
Adeus velho Chico
Diz o povo nas margens” (Roberto Mendes e Capinan)
Tenho tentado. Eu juro que tenho tentado, como disse recentemente nossa ministra do Turismo, “relaxar e gozar” (expressão, que como as mulheres bem a conhecem, é retirada de uma frase extremamente machista.). Infelizmente, o velho Chico não me sai da cabeça.
Talvez nossxs amigxs de outros recantos do Caribe e da América Latina não saibam quem é esse velho Chico. É o apelido carinhoso que se dá no Brasil ao rio São Francisco, o rio da integração nacional. O rio que corta todos os estados nordestinos levando um pouco de água, fertilidade e navegação às populações mais pobres do nosso Brasilzão que, como Cronos, se alimenta de seus/suas próprixs filhxs.
Nessa semana infelizmente começou a transposição das águas do rio São Francisco sob a alegação de que é preciso alimentar a geração de energia e as reservas de água, usando-se ainda o argumento, contestado por muitos pareceres técnicos, de que o velho rio não vai se extinguir. Esse rio é a garantia de sobrevivência de toda a população ribeirinha e tem uma função essencial na manutenção de um equilíbrio ambiental já tão frágil como o do Nordeste brasileiro.
“(...) Para quem vai ser feita a transposição? Esta obra não vai resolver o problema das populações pobres e das populações difusas, pois esta água irá abastecer populações urbanas e o agronegócio. Os pobres continuarão sem acesso e essa água. Mais uma vez os governos brasileiros não medem esforços para beneficiar um modelo econômico que há quinhentos anos vem desgastando o país, que é o agronegócio exportador [2].
Foi justamente no Nordeste que começou a devastação das matas brasileiras. Já no primeiro século da invasão portuguesa vieram as primeiras mudas de cana-de-açúcar que deram início ao ciclo da cana. Esse tema, tal e qual um repente nordestino, vai puxando um outro, o do etanol. Já falamos nisso aqui http://enrebeldia.blogspot.com/2007/05/el-negocio-de-la-moral-1.html , mas hoje insistimos apenas para lembrar que a produção do hipocritamente chamado bio combustível tem como uma das fontes principais a cana-de-açucar. Esse projeto por sua vez está amplamente ligado a acordos espúrios entre governo brasileiro, Bush & cia.
A plantação de cana-de-açúcar, por si só, é uma cultura devastadora do meio ambiente pior do que o cavalo de Átila (lembram? “por onde pisava o cavalo de Átila, o rei dos hunos, não crescia mais erva nenhuma”. Algo assim.). A cultura da cana, e aí vem outro tema, assim como a expansão da monocultura do eucalipto (o chamado deserto verde)[3], estão ocupando espaços crescentes nas áreas de proteção ambiental, da pequena agricultura e invadindo terrenos dos movimentos populares como dos assentamentos do MST e do MPA, além das áreas de reservas indígenas. (Ufa! É possível relaxar? E gozar, então?)
Continuando nosso repente, e mostrando que nada acontece por acaso, também foi nesta semana que foi aprovada pela nossa querida câmara federal a divisão do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) com o objetivo de “agilizar” as licenças ambientais necessárias para a implantação das grandes obras de engenharia e das explorações minerais, sobretudo na Amazônia. Que tal? Dentre as obras previstas, além da transposição do São Francisco, está incluído outro crime ambiental que é a construção da usina do Rio Madeira, um afluente do Amazonas, com efeitos previsíveis dramáticos[4].
É verdade que a nossa ministra Marina da Silva, uma brava mulher que trabalhou nos seringais do Norte, que foi uma grande lutadora dos Movimentos Sociais, vem se debatendo contra esses desmandos a favor do capital e contra nossas riquezas naturais. Mas, ministra, sua maior bravura seria agora se separar desse governo e denunciar tudo o que está sendo feito. Com isso você recuperaria o respeito de nossa parte e talvez obrigasse a mídia institucional a veicular essas notícias!
Ou você ainda acredita na hipocrisia de partidos que se movem através de acordos de “cavalheiros” conforme convém à manutenção da ordem patriarcal?
O Vale de São Felix, no Chile.
Só para citar um exemplo fora do Brasil, e ilustrar a universalidade deste tema, trazemos alguns trechos que descrevem outra tragédia anunciada, desta vez no Chile, no Vale de São Felix. Por este vale corre a água mais pura do Chile por rios alimentados por 2 glaciais onde existem também depósitos de ouro, prata e outros recursos minerais. Para chegar a esses depósitos será preciso quebrar e destruir os glaciais e fazer 2 buracos do tamanho de uma montanha, um para extração e outro para os dejetos da mina. É o projeto PASCUA LAMA, da companhia Barrick Gold. A operação está sendo planejada por uma multinacional de quem faz parte Busch pai[5]. O projeto só não começou porque o governo chileno foi barrado por um adiamento conseguido pelos camponeses da região. Todo o ouro extraído, além de poluir irremediavelmente os rios, será inteiramente apropriado pela multinacional. Esses camponeses não conseguiram sequer um espaço na TV para expressar suas reivindicações.
Felizmente não tudo está perdido!
¡¡¡Brasil está reagindo!!! A juventude brasileira tomou a reitoria da USP, Universidade de São Paulo, e depois outras federais e estaduais, para tentar barrar a destruição do ensino público. É bem verdade que alguns professores interromperam o movimento da greve sem que as reivindicações tenham sido alcançadas, mas ficou um saborzinho bom, ar fresco de luta: o fogo da juventude brasileira está vivo y flamejante. Mais ainda, entre os dias 11 e 15 de junho, está ocorrendo o V Congresso Nacional do MST, em Brasília, do qual estão participando mais de 18.000 camponesxs.
¿Onde quero chegar com esses relatos? A minha idéia é aproveitar o inverno que se aproxima e jogar lenha na fogueira da ação. Quero afirmar que o movimento feminista autônomo, por ser uma luta contra o patriarcado, está vinculada a todas as causas que tenham essa mesma origem : as formas de domínio. Somos contra o patriarcado e a favor da libertação de toda a humanidade - homens e mulheres exploradxs. Por isso não podemos esperar até o momento limite em que os tiros que estão dando na Terra atinjam o nosso coração.
Não esperemos ao décimo terceiro tiro para sentir a morte. Precisamos nos concientizar da premência dos fatos, vamos nos apropriar de cada rio, de cada glacial e de cada pedaço de terra que tem no globo. Ela nos pertence a nós, a toda a humanidade.
¡Como xs estudantes, agora é o momento de agir e reagir!
agora em lingua argentina
¿Cuántos tiros serán necesarios para matarnos?
por clarisse castilhos
“(...) Esta es la ley. Pero hay alguna cosa que me hizo oír el primer tiro con un alivio de seguridad, el tercero me deja alerta, el cuarto desasosegada, el quinto y el sexto me cubren de vergüenza, al séptimo y el octavo los escucho con el corazón latiendo de horror, el noveno y el décimo mi boca está trémula, en el décimo primero digo con espanto el nombre de Dios, en el décimo segundo llamo a mi hermano. El décimo tercer tiro me asesina - porque yo soy el otro. Porque quiero ser el otro”. [6]
Hoy quiero hablar de la amenaza ambiental. De la destrucción de esta tierrita que parió y creó a la humanidad. De cómo estas amenazas están multiplicándose y extremando con la agonía del capital. Cómo el (des)orden civilizatorio al que llegamos, orientado por los principios patriarcales de la familia nuclear monogámica, de la propiedad privada y del estado todo poderoso, tiene una lógica destructiva.
Hoy quiero conversar sobre algunas tragedias anunciadas que están sucediendo en Brasil. Ellas son apenas una parte de un cruel juego de estrategias que ve el mundo como un tablero de oportunidades de inversiones. Sus efectos perversos recaen, principalmente, sobre los llamados países periféricos. O sea, ellos usufrúen, ellos destruyen, ellos aprovechan. Nosotrxs quedamos devastadxs. La destrucción de la Amazonia, la entrega de nuestras reservas de agua, de nuestro suelo y de sangre de nuestra población en cambio de éxitos electorales hacen parte del cotidiano de América Latina. ¡Ni hablar da África! que ya está devastada por las mineradoras y por las guerras internas provocadas por los colonizadores. ¡Ni de Oriente! Donde las constantes invasiones por el control de las reservas de petróleo no solamente provocaron efectos ambientales irreparables, como también llevaron a la ascensión del fundamentalismo religioso (otro tema a ser tratado a partir de la óptica de nuestros ideales libertarios).
Por eso queremos dedicar algunos párrafos al medio ambiente y, especialmente, al viejo Chico[7].
Brasil ye o velho Chico
“(...) Barrancas, carrancas, paisagens
Francisco, Francisco
Tantas águas corridas (...)
Gaiolas são pássaros
Flutuantes imagens deságuam os instantes
O vento e a vela me levam distante
Adeus velho Chico
Diz o povo nas margens” (Roberto Mendes e Capinan)
Lo vengo intentando, lo juro. Como dijo recientemente nuestra ministra de turismo, “relájate y goza”[8] (expresión, que como las mujeres bien conocemos, es retirada de una frase extremadamente machista.), pero lamentablemente, el viejo Chico no se me sale de la cabeza.
Talvez nuestrxs amigxs de otros rincones del Caribe y de América Latina no sepan quién es ese viejo Chico. Es el sobrenombre cariñoso que se le da en Brasil al São Francisco, río de la integración nacional. Corta todos los estados nordestinos llevando un poco de agua, fertilidad y navegación a las poblaciones más pobres do nuestro Brasilzão que, como Cronos, se alimenta de sus propios/as hijos/as.
Esta semana infelizmente, comenzó la transposición de las aguas de nuestro kerido río alegándose que es preciso alimentar la fuente que genera energía y las reservas de agua, usándose todavía el argumento, contestado por muchos pareceres técnicos, de que el viejo río no va a extinguirse. Él es la garantía de sobrevivencia de todas las poblaciones ribereñas y tiene una función esencial en la manutención de un equilibrio ambiental ya tan frágil como el Nordeste brasilero.
“(...) ¿Para quién va a ser hecha la transposición? Esta obra no va resolver el problema de las poblaciones pobres y de las poblaciones aisladas, porque este agua irá abastecer poblaciones urbanas y/o agronegocio. Los pobres continuarán sin acceso al agua. Una vez más, los gobiernos brasileros no miden esfuerzos para beneficiar un modelo económico que hace quinientos años viene desgastando al país, que es el agronegocio exportador [9].
Fue justamente en el Nordeste que comenzó la devastación de las matas brasileras. En el primer siglo de la invasión portuguesa llegaron las primeras mudas de caña de azúcar que dieron inicio a este ciclo. Este tema tan grosso, va arrastrándonos a otro, el del etanol. Ya hablamos de esto más extensamente aquí http://enrebeldia.blogspot.com/2007/05/el-negocio-de-la-moral-1.html , pero hoy insistimos apenas para recordar que la producción del hipócritamente llamado bio combustible tiene como una de sus fuentes principales la caña de azúcar. Este proyecto por su vez está ampliamente ligado a acuerdos espurios entre el gobierno brasilero, Bush & Cia.
Esta plantación, por sí sola, es una plaga devastadora del medio ambiente peor que el caballo de Atila (¿lo recuerdan? por donde pisaba, el rey de los hunos, no crecía más la hierva.). La cultura de la caña, y aquí viene otro tema, así como la expansión de la monocultura del eucalipto (el llamado desierto verde)[10], está ocupando espacios crecientes en las áreas de protección ambiental, dentro de la pequeña agricultura e invadiendo terrenos de los movimientos populares como de los asentamientos del MST y del MPA, además de las áreas de reservas indígenas. (¡Ufa! ¡¿Es posible relajar?! ¿Y gozar, entonces?)
Continuando nuestro repente[11], y mostrando que nada sucede por casualidad, también fue en esta semana que se aprobó por nuestra querida cámara federal la división del IBAMA (Instituto Brasilero de Medio Ambiente y de Recursos Naturales Renovables) con el objetivo de “agilizar” las licencias ambientales necesarias para la implementación de las grandes obras de ingeniería y de las exploraciones minerales, sobre todo en la Amazonia. ¿Qué tal? Entre las obras previstas, además de la transposición del São Francisco, está incluído otro crimen ambiental que es la construcción de una usina del Río Madeira, un afluente del Amazonas, con efectos previsibles dramáticos[12].
Es verdad que a nuestra ministra Marina da Silva, una brava mujer que trabajó en los siringales del Norte, que fuera una grande luchadora de los Movimientos Sociales, viene peleándose contra estos desbandes a favor del capital y contra nuestras riquezas naturales. Pero ministra, su mayor bravura sería ahora separarse de este gobierno y denunciar todo lo que está sucediendo. De esta forma usted recuperaría el respeto de nuestra parte y tal vez obligase a la prensa institucional a vehicular estas noticias.
¿O será que usted todavía cree en la hipocresía de partidos que se mueven a través de acuerdos de “caballeros” conforme conviene la manutención del orden patriarcal?
El Valle de San Félix, en Chile.
Sólo para citar un ejemplo fuera de Brasil, e ilustrar la universalidad de este tema, traigo algunos trechos que describen otra tragedia anunciada, esta vez en Chile, en el Valle de San Félix. Por él corre el agua más pura de Chile por ríos alimentados por 2 glaciares donde, además, existen enormes depósitos de oro, plata y otros minerales. Para llegar hasta ellos será necesario quebrar y destruir los Glaciares y hacer 2 grandes huecos, cada uno del tamaño de una montaña. Son necesarios uno para la extracción y otro para el deshecho de la mina. Es el proyecto PASCUA LAMA de la compañía Barrick Gold, y la operación esta siendo planeada por una multinacional de la cual es Miembro George Bush[13] papi. El gobierno chileno no empezó el proyecto sólo porque los Campesinos han obtenido un aplazamiento.
Hasta el último gramo de oro será enviado a la multinacional en el extranjero y ni uno le quedará a la gente a quien le pertenecen estas tierras. A los campesinos sólo les quedará el agua envenenada y las enfermedades consiguientes. Los campesinos no han podido siquiera recurrir a la TV por una prohibición del Ministerio del Interior.
¡Por suerte no todo está perdido!
¡¡¡Brasil está reakcionando!!! Parece mentira pero es verdad. La juventud brasilera tomó la rectoría de la USP, Universidad de San Pablo, y luego otras federales y estaduales, para detener la destrucción de la enseñanza pública.
A pesar de que al final un movimiento de algunxs profesorxs acabó con la huelga sin que las reivindicaciones hayan sido alcanzadas, quedó un saborcito rico, aire fresco, de lucha: el fuego de la juventud brasilera está vivo y flameante.
Es más, entre los días 11 y 15 de junio, está aconteciendo el V Congreso Nacional del MST, en Brasilia, del cual están participando más de 18.000 campsesinxs.
¿A dónde quiero llegar con estos relatos? Mi idea es aprovechar el invierno que se nos aproxima y poner leña en la hoguera de la akción. Quiero afirmar que el movimiento feminista autónomo, por ser una lucha contra el patriarcado, está vinculada a todas las causas que tienen este mismo origen: las formas de dominio. Somos contra el capital y a favor de la vida. Somos contra el patriarcado y a favor de la libertación de toda la humanidad - hombres y mujeres exploradxs. Por eso no podemos esperar hasta el momento límite en que los tiros que están dando en el corazón de la Tierra alcancen nuestro pecho.
No esperemos al décimo tercer tiro para sentir la muerte. Veamos el curso de los hechos, apropiémonos de cada río, de cada glaciar y de cada pedazo de tierra que hay en el globo. Porque ella nos pertenece a nosotras, a la humanidad.
¡Como lxs estudiantes, ahora es el momento de akcionar y reakcionar!
[1] Extraído da crônica “Mineirinho”, Clarice Lispector, 1978, publicada no livro “Para não esquecer”.
[2] Manifesto indígena contra a transposição do São Francisco: http://www.cimi.org.br/?system=news&action=read&id=1197&eid=142
[3] Para saber mais: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/especiais/desertoverde ; http://www.seculodiario.com.br/aracruz/ ; http://www.natbrasil.org.br/Docs/Monoculturas/dossie_deserto_verde.pdf
[4] Para saber mais consulte http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/05/382493.shtml ; para tentar barrar a divisão do IBAMA, que ainda precisa passar pelo Senado: www.petitiononline.com/amabi/
[5] http://www.barrick.com/Default.aspx?SectionId=70599b39-cc27-490f-b691-6c6af644deb2&LanguageId=1
http://tlx.blogspot.com/2007/05/metanse-el-oro-en-el-culo.html
[6] Extraído de la crónica “Mineirinho”, Clarice Lispector, 1978, publicada en el libro “Para não esquecer”. En el que un policía le da 13 tiros a "Minerinho". Vale contar que con el primer tiro ya lo habia matado
[7] NdeTraducción: Chico es el diminutivo cariñoso que se le da en Brasil al nombre Francisco, en referencia al río San Francisco.
[8] NdeT: A raíz de las largas esperas en los aeropuertos, la otrora feminista Marta Suplicy, tuvo la brillante idea de dar la recomendación que ante las largas esperas – de varias horas – lo mejor era “relajarse y gozar”. Sabemos que esa infeliz frase es un consejo del patriarcado sobre qué hacer en los caso de violación.
[9] Manifesto indígena contra la transposición del São Francisco: http://www.cimi.org.br/?system=news&action=read&id=1197&eid=142
[10] Para saber más: http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/especiais/desertoverde ; http://www.seculodiario.com.br/aracruz/ ; http://www.natbrasil.org.br/Docs/Monoculturas/dossie_deserto_verde.pdf
[11] Repente es uma música típica del nordeste en la cual se va improvisando y es como uma comversación cantada.
[12] Para saber más consulte http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/05/382493.shtml ; para intentar parar la división del IBAMA que todavía precisa pasar por el Senado: www.petitiononline.com/amabi/
[13] http://www.barrick.com/Default.aspx?SectionId=70599b39-cc27-490f-b691-6c6af644deb2&LanguageId=1
http://tlx.blogspot.com/2007/05/metanse-el-oro-en-el-culo.html
3 comentários:
desde donde estoy me doy cuenta de que alla es el invierno, tan lejos y al mismo tiempo tan cerca en el corazon;Aqui tambien tenemos preocupaciones ecologicas:tu blog ,Clarisse me permite estar informada de lo que ocurre alla y compartir con vosotras un poco hasta que un dia me anime a reunirme con las dos ,dia que no faltara.besos y animo!
Acá, en Argentina, en Villa Gesell, costa Atlántica, indignada también. No encontré el lugar para hacer el comentario y lo dejo acá: SABEMOS QUE SOMOS OBSERVAD@S, pero ¿ya hasta el punto de levantar nuestras páginas y blogs?
Mi indignación es la de ustedes, si hay que pelearla, díganme cómo. Un abrazo
Bocha
Hola Annie y hola Bocha.
Muchas gracias por estar, por leernos, por indignarse junto a nosotras.
abrazos!!
Postar um comentário